O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, fez uma visita não anunciada ao Paquistão nesta segunda-feira para pressionar o presidente Pervez Musharraf a aumentar os esforços no combate a uma nova ofensiva do Taliban no Afeganistão e a uma ressurgência da Al Qaeda.
``Ele disse ao presidente Musharraf que o Paquistão devia fazer mais'', disse uma autoridade paquistanesa após a reunião de Cheney e Musharraf no palácio presidencial de Islamabad.
``Cheney, no entanto, apreciou os esforços do Paquistão e as medidas que estão sendo tomadas para combater o terrorismo'', acrescentou a autoridade.
Cheney chegou ao país sob forte segurança após passar a noite em Omã.
A visita dele a Islamabad coincide com a de Margaret Beckett, ministra das Relações Exteriores britânica. Beckett também se encontrou com Musharraf na manhã de segunda-feira.
``O presidente deixou claro a Cheney que o Paquistão está fazendo o que pode e que a militância e a violência são problemas do Afeganistão, e suas raízes estão ali e não no Paquistão'', disse a autoridade paquistanesa.
Na segunda-feira, o jornal The New York Times disse que o presidente George W. Bush decidiu enviar uma dura mensagem a Musharraf, advertindo-o de que o recém-eleito Congresso norte-americano pode reduzir a ajuda a menos que suas forças sejam bem mais agressivas na caça a membros da Al Qaeda.
Suspeita-se que integrantes do Taliban e da Al Qaeda, responsáveis pelos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os EUA, operem da área de fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.
Os EUA mantêm cerca de 27 mil soldados no Afeganistão, dos quais cerca de 15 mil estão na força da Otan e o restante em missões que variam de contra-terrorismo a treinamento.
A visita de Cheney ao Paquistão foi feita durante uma turnê pela Ásia que incluiu o Japão e a Austrália, dois aliados dos EUA na guerra ao Afeganistão e ao Iraque.
Embora Bush tenha publicamente elogiado o apoio de Musharraf nas missões de contra-terrorismo, autoridades norte-americanas expressaram frustração com os santuários do Taliban no lado paquistanês da fronteira com o Afeganistão.
Especialistas dizem que o Taliban mantém um mini-Estado virtual no norte do Paquistão, usando um recente acordo de paz com Islamabad para expandir seu treinamento de homens-bomba e fortificar sua aliança com a Al Qaeda.
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