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Chernobyl inicia montagem de novo sarcófago 26 anos após tragédia

Em Minsk, na Belarus, manifestantes saíram às ruas para lembrar os mortos da tragédia de Chernobyl | Viktor Drachev/AFP
Em Minsk, na Belarus, manifestantes saíram às ruas para lembrar os mortos da tragédia de Chernobyl (Foto: Viktor Drachev/AFP)
Em Kiev, na Ucrânia, familiares e amigos de vítimas do vazamento nuclear na usina de Chernobyl relembram seus mortos: tragédia difícil de esquecer |

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Em Kiev, na Ucrânia, familiares e amigos de vítimas do vazamento nuclear na usina de Chernobyl relembram seus mortos: tragédia difícil de esquecer

A Ucrânia relembrou nesta quinta-feira (26) os 26 anos da catástrofe de Chernobyl com o lançamento oficial da montagem de um novo sarcófago sobre o reator de número 4, cuja explosão em 26 de abril de 1986 provocou o maior acidente nuclear da história.

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, apertou um botão simbólico, dando início aos trabalhos na antiga usina localizada uma centena de quilômetros ao norte de Kiev, na presença de operários e embaixadores de países que ajudaram no projeto, com custo de 1,5 bilhão de euros.

"Em nome da Ucrânia, quero expressar meus profundos agradecimentos a todos os países que fizeram doações ao Fundo de Proteção de Chernobyl por sua compreensão e ajuda ao nosso país" para superar o desastre, disse o presidente.

A construção do novo sarcófago, disse, não tem equivalente no mundo.

Estiveram presentes representantes de cerca de 20 países doadores, inclusive Estados Unidos, China e França.

O novo sarcófago, cuja primeira fase foi iniciada no começo do ano, está projetado para reduzir a ameaça de radioatividade no local.

Os restos do reator acidentado foram recobertos com uma camada de concreto, mas esta instalação, construída em caráter de urgência, apresenta fissuras e não pode ser considerada segura. A nova estrutura deverá pesar 20.000 toneladas e chegar a 108 metros de altura.

Fronteiras

O acidente, registrado próximo às fronteiras com a Rússia e a Belarus, chegou a contaminar uma parte da Europa, mas seus danos foram mais evidentes nos países que faziam parte do antigo bloco soviético. Na Belarus, muitos saíram às ruas para relembrar os mortos da tragédia nuclear (foto).

Milhares de pessoas foram enviadas sem proteção ao local do desastre para ajudar a combater as chamas e resfriar o reator danificado.

Mais de 25.000 destes chamados "liquidadores", essencialmente russos, ucranianos e bielo-russos, perderam a vida após a catástrofe, segundo estimativas oficiosas.

Uma manifestação de "ex-liquidadores", que participaram dos trabalhos no entorno da usina nuclear, reuniu mil pessoas em Kiev. Eles exigem uma indenização maior. O protesto incluiu ex-trabalhadores que já fizeram previamente uma greve de fome para conseguir uma melhora em suas pensões.

O sarcófago novo será montado em um terreno vizinho ao reator e depois colocado sobre o antigo. A construção está a cargo do consórcio Novarka, formado pelas empresas francesas Bouygues e Vinci, que venceram a licitação organizada para a realização das obras.

Arrecadação

Em abril do ano passado, durante conferência internacional celebrada em Kiev, a comunidade internacional arrecadou 55 milhões de euros, por ocasião do 25º aniversário do acidente. O restante foi conseguido com a ajuda do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD).

Segundo números do Ministério da Saúde, 2,4 milhões de ucranianos, inclusive 428.000 crianças, sofrem de problemas de saúde relacionados com o acidente.

O comitê científico da ONU sobre os efeitos da radiação reconhece apenas a morte de 31 operadores e bombeiros ligados diretamente à catástrofe, enquanto a organização ambientalista Greenpeace calcula em 100.000 o número de mortos por causa da contaminação.

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