Santiago Enquanto praticamente todos os países da América do Sul dedicam atenção à crise provocada pela nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia, no último dia 1.º, o Chile se mantém à margem das discussões. Santiago foi diretamente afetada pela medida de La Paz, que obrigou Buenos Aires a cortar temporariamente o fornecimento de gás para indústrias chilenas, pelo medo da falta de combustível. No entanto, o governo chileno prefere o silêncio.
Um dos fatores relacionados a essa postura é o interesse do Chile em manter as relações com a Bolívia em suspenso. La Paz planeja retomar ainda neste ano a discussão sobre seu acesso ao mar, tomado pelo Chile há um século. Santiago, no entanto, não cogita a possibilidade de devolver as terras ao país vizinho.
A presidente do Chile, Michelle Bachelet parece estar mais preocupada com os problemas internos. Ela ontem seu primeiro discurso no Congresso Nacional do país desde que assumiu a Presidência, em 11 de março. Falou sobre uma "carta de navegação para os quatro anos de seu governo, da qual constarão, segundo disse, a ampliação do sistema de Previdência e aposentadoria, a melhora da educação e a promoção da inovação e da eficiência nas empresas privadas e estatais.
Sua rotina têm sido atribulada. Pelo menos 61 pessoas foram detidas ontem em confrontos com a polícia, durante manifestação perto do Parlamento de Valparaíso, oeste de Santiago, onde Bachelet apresentava um primeiro relatório de sua administração. Segundo o balanço da Polícia de Carabineros, 56 são homens e cinco, mulheres, todos levados após os distúrbios no Parque Itália e na Praça Vitória da cidade, a 110 quilômetros da capital.
Convocados por organizações estudantis, pela Central Unitária de Trabalhadores (CUT) e pelo Partido Comunista, 2 mil manifestantes participaram de marcha. Eles pediam, entre outras coisas, vale transporte gratuito para os estudantes. O tumulto começou quando jovens encapuzados tentaram levantar barricadas lançando, também, duas bombas de gás lacrimogêneo contra a polícia.
"O que temos visto nas últimas semanas é inaceitável. Não tolerarei o vandalismo, nem a intimidação às pessoas. Aplicarei todo o rigor da lei", disse a presidente chilena. A primeira mulher eleita presidente do Chile condenou saques e destruições em Santiago e outras cidades nas últimas semanas.
Moraes derruba sigilo da delação de Cid e notifica citados em denúncia da PGR
Bolsonaro será preso? Acompanhe o Entrelinhas e entenda o que pode acontecer após denúncia da PGR
Em denúncia, PGR afirma que Bolsonaro era do “núcleo crucial” de organização criminosa em suposto golpe
Múcio diz que denúncia da PGR serve para livrar militares de “suspeições equivocadas”