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Chile: com baixo comparecimento, acaba votação na eleição presidencial

Michelle Bachelet mostra cédula durante votação em Santiago. Ela voltou ao poder no Chile ao vencer as eleições presidenciais deste domingo (15) | REUTERS/Maglio Perez
Michelle Bachelet mostra cédula durante votação em Santiago. Ela voltou ao poder no Chile ao vencer as eleições presidenciais deste domingo (15) (Foto: REUTERS/Maglio Perez)

Terminou agora há pouco a votação nas eleições presidenciais do Chile neste domingo. Candidata da coalizão oposicionista Nova Maioria, Michele Bachelet é a favorita para vencer o pleito, em que teve como adversária Evelyn Matthei, da governista Aliança.

Segundo o jornal chileno "El Mercúrio", a primeira urna apurada, da seção 203 do Liceo de Aplicación, em Santiago, Bachelet saiu na frente com 18 votos contra 13 para Matthei. A eleição, no entanto, foi marcada pelo baixo comparecimento dos eleitores e a expectativa é de que o resultado final seja anunciado até as 20h deste domingo no horário de Brasília.

Neste domingo (15), Evelyn foi a primeira a votar, acompanhada por jovens dirigentes da direita chilena, como a deputada reeleita Marcela Sabat. Após deixar a seção eleitoral, a candidata foi interrompida por gritos de manifestantes. Antes, ela pediu que os eleitores participassem da votação, porque "votar constitui, na democracia, um direito e um dever". O chamado foi feito especialmente à classe média, que segundo ela, dirigiu sua campanha:

"Nosso compromisso é com a classe média, coluna vertebral deste país. Saiam para votar, porque vamos apoiar a todos vocês."

Bachelet votou pouco depois, em Santiago. Autoridades esperam cerca de sete milhões de chilenos, metade dos eleitores, compareçam à votação. O resultado poderá ser anunciado por volta de 20h (horário local), com 90% dos votos apurados, de acordo com o Serviço Eleitoral.

Em todos os países em que o voto é voluntário, a participação é menor. São as regras da democracia e vence quem mais consegue votos com este formato. Hoje é importante e relevante que as pessoas votem. Desta forma, poderemos realizar as mudanças que o Chile precisa, disse Bachelet.

A candidata popular, que governou o Chile entre 2006 e 2010, capitalizou o descontentamento com as políticas sociais do presidente Sebastián Piñera, um multimilionário conservador. E prometeu revolucionar a educação pública no país de 16,6 milhões de habitantes, por meio do aumento dos impostos das empresas.

"Neste domingo devemos dizer maciçamente que o Chile quer mudanças de verdade, com responsabilidade, seriedade e sem ofertas de última hora", disse a médica de 62 anos durante o ato de encerramento de sua campanha. "Será uma grande honra voltar a ser a presidente de todos os chilenos e chilenas."

Perguntada sobre os incidentes registrados no local de votação de sua adversária, onde quatro pessoas foram presas após um princípio de tumulto, Bachelet expressou seu desejo que a jornada transcorra com total normalidade.

"O espírito da democracia se baseia no respeito a todas as opiniões", disse, garantindo que, se for eleita, será a "presidente de todos os chilenos".

Matthei tem a desvantagem de entrar para a disputa no final da corrida. Analistas acreditam que a candidatura da ex-ministra do Trabalho poderia sofrer por causa do desgaste de Piñera. O general Fernando Matthei, pai da candidata da Aliança, disse que sua filha teve pouco apoio durante a campanha. Ele e Alberto Bachelet, pai da ex-presidente que lidera as pesquisas, eram amigos antes da ditadura de Augusto Pinochet, que acabou colocando os dois em lados opostos.

"Minha filha tem estado sozinha, completamente sozinha. Os próprios candidatos a senadores e deputados não a apoiaram porque pensavam que poderia prejudicar suas próprias campanhas", afirmou, em entrevista a CNN Chile.

Uma vitória de Bachelet não representaria uma mudança radical para a esquerda, nem uma mudança no curso da sexta maior economia da América Latina. Sua coalizão, que abarca desde democratas cristãos até socialistas, governou o Chile por 20 anos desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990. Matthei tem a desvantagem de entrar para a disputa no final da corrida. Analistas afirmavam que a candidatura da ex-ministra do Trabalho poderia sofrer por causa do desgaste de Piñera.

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