Começou, às 18h em Santiago (19h em Brasília), a contagem de votos nas eleições presidenciais no Chile. A ex-presidente Michelle Bachelet, da coalizão de centro-esquerda Nova Maioria, é a candidata favorita e poderia vencer o pleito ainda no primeiro turno. Sua principal adversária é a candidata do governo, Evelyn Matthei, da coalizão Aliança.
Em entrevista coletiva realizada no fim da tarde deste domingo, o ministro do Interior, Andrés Chadwick, afirmou que gostaria que houvesse segundo turno, que seria realizado em dezembro. Chadwick, porém, ressaltou que o governo vai colaborar na transição de mandato, seja quem for o vencedor.
Cerca de 13 milhões de chilenos estão habilitados a votar. O pleito também decidirá os ocupantes de 120 cadeiras na Câmara dos Deputados e 20 das 38 vagas no Senado.
Bachelet acompanhará a apuração do pleito no Hotel San Francisco, em Santiago, com a sua mãe, Ángela Jeria, seus três filhos e assessores mais próximos.
Sem confiança excessiva
Após votar esta manhã, a candidata afirmou estar tranquila com a vantagem sobre sua principal rival na contenda, a candidata Evelyn Matthei, da coalizão Aliança, ligada ao governo de centro-direita do atual presidente Sebastián Piñera. Ela, no entanto, evitou demonstrar excessiva confiança de que levará o pleito no primeiro turno.
- Temos dito que gostaríamos de ganhar no primeiro turno porque temos muito o que fazer - disse Bachelet. - Mas obviamente sabemos que há nove candidatos e as pessoas que forem votar escolherão quem quiserem eleger.
Já Matthei reafirmou sua esperança de que haja um segundo turno na eleição depois de votar, também na manhã deste domingo. - Estamos certos de que vamos para um segundo turno, pois a melhor, e única, pesquisa que interessa é a de hoje - disse.
Também chamou a atenção na votação desta manhã o reaparecimento do ex-senador e ex-candidato da Aliança Pablo Longueira, que abandonou a corrida presidencial há quatro meses vítima de depressão e foi substituído por Matthei. Sua volta à vida pública foi motivo de comentários e comemorações tanto de partidários quanto de adversário.
Já Piñera aproveitou entrevista após votar para convocar os chilenos a comparecerem às urnas, já que esta é a primeira eleição desde a implantação de novo sistema em que o voto não é mais obrigatório no país.
- Esperamos que seja um dia pacífico e transparente - disse o atual mandatário. - Quero agradecer a todos pelo país que construímos e e vamos seguir trabalhando com a mesma força e entusiasmo para colaborar com a pessoa que será eleita presidente do Chile.
Segundo o Serviço Eleitoral do Chile (Servel), as mais de 40 mil seções eleitorais do país estão funcionando, mas em algumas regiões houve lentidão para a instalação das mesas. O Servel espera que entre 7 e 9 milhões de chilenos apareçam para votar nesta eleição.
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