O Chile anunciou na quinta-feira que começará a aplicar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 na próxima segunda às pessoas imunossuprimidas e a partir de 7 de fevereiro, para aqueles com mais de 55 anos que tenham completado seis meses desde a injeção anterior.
O país será o primeiro da América Latina a oferecer uma quarta dose de imunizantes contra o coronavírus.
"A nova variante ômicron está se expandindo rapidamente em todo o mundo e, embora em uma extensão muito menor, também está afetando o Chile", disse o presidente chileno, Sebastián Piñera, em uma aparição pública.
Após a volta das festas de fim de ano, o Chile registrou na quinta-feira 3.134 novos casos de Covid-19, o maior número desde o início de julho, embora a pressão hospitalar permaneça muito baixa e ainda haja mais de 250 leitos disponíveis para pacientes em estado crítico.
O presidente comparou a situação atual com a de julho de 2021, quando a taxa de contágios diários também estava em torno de 3 mil. Segundo ele, com a mesma quantidade de casos diários, 2.167 pessoas precisavam de ventilação mecânica em julho, enquanto hoje são 404. Na época, o Chile registrou 186 mortes, enquanto hoje são 30.
As infecções pela variante ômicron giram em torno de 700, 80% das quais correspondem a viajantes, na sua maioria dos Estados Unidos, segundo dados do Ministério da Saúde.
"A experiência nos mostra que a eficácia das vacinas e também das doses de reforços diminui com o tempo e, também, com o surgimento de novas variantes", alertou o presidente.
Piñera disse ainda que uma pessoa sem proteção completa tem "seis vezes mais probabilidade de se infectar e 20 vezes mais de ser internada em UTI" do que uma pessoa com a dose de reforço.
No Chile, 90% da população já recebeu pelo menos uma dose de vacina contra o coronavírus, e mais de 86% já está totalmente vacinada, segundo o levantamento do Our World in Data, com base em dados oficiais. Ainda, 66,8% dos chilenos já receberam a terceira dose da vacina.