Cinco pessoas foram detidas pela polícia sob suspeita de terem provocado alguns dos incêndios florestais que afetam o centro e o sul do Chile, que deixaram dez mortos e devastaram quase 290 mil hectares, anunciou o governo nesta sexta-feira.
Os suspeitos tinham posse de elementos que aceleram o fogo quando foram detidos nas localidades de Chépica e Linares, na região de Maule (280 km ao sul de Santiago), uma das mais afetadas pelos incêndios considerados pelo governo a maior catástrofe florestal da história do Chile.
Aproximadamente 90% dos incêndios registrados anualmente no Chile são provocados intencionalmente.
“São casos de flagrante, ou seja, foram detidos com elementos aceleradores e, portanto, se encontram em uma situação, do ponto de vista processual, completamente clara, de que estavam em uma ação antijurídica”, afirmou o ministro do Interior, Mario Fernández.
As detenções estão de acordo com a tese do governo sobre os incêndios terem sido provocados de forma intencional, destacou Fernández.
As autoridades investigam se um dos detidos foi a pessoa que provocou o incêndio que arrasou a localidade de Santa Olga, que deixou um morto, quase 4 mil desabrigados e 1,2 mil casas destruídas na quinta-feira.
Os incêndios que afetam sete das 15 regiões do país mataram dez pessoas. Outras 5 mil foram obrigadas a abandonar suas casas e 3 mil residências foram atingidas. Os prejuízos econômicos são incalculáveis, de acordo com o governo.
Após mais de uma semana de incêndios, o fogo já destruiu 289 mil hectares.
A presidente Michelle Bachelet decretou estado de catástrofe nas regiões de O’Higgins, Maule, Biobío e Araucanía.
Aos bombeiros, brigadistas, carabineiros, detetives, funcionários públicos, militares e civis se somou a ajuda procedente do exterior, incluindo especialistas franceses no combate ao fogo e brigadistas colombianos que já chegaram ao Chile. Espera-se que um grupo de voluntários mexicanos também chegue ao Chile no sábado para colaborar.
Enquanto isso, o avião Supertrank, com capacidade para mais de 73 mil litros de água e fretado por uma fundação privada americana, iniciava seu segundo dia de trabalho para extinguir as chamas nas zonas mais atingidas.
Brasil, Espanha e Rússia também estão ajudando, com o envio de brigadistas e especialistas.
Com 37,4ºC, Santiago registrou na quarta-feira um recorde histórico. Sobre a capital chilena, uma das mais poluídas da região, as condições do ar pioraram devido à nuvem de fumaça lançada pelos incêndios. Existem 19 alertas vermelhos e três amarelos em outras comunidades do centro-sul do país.
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