O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alberto van Klaveren, disse nesta quinta-feira (16) que seu país “continuará defendendo firmemente” a preservação da Antártida, depois que se soube que a Rússia descobriu grandes reservas de petróleo e gás em uma região do continente reivindicada por Chile, Argentina e Reino Unido.
“Ocasionalmente, surgem relatos não confirmados de reservas de minerais e hidrocarbonetos na Antártida. O regime antártico proíbe sua exploração e aproveitamento. E o Chile, assim como outros países antárticos, continuará defendendo firmemente sua preservação", escreveu o ministro em sua conta no X (antigo Twitter).
O jornal Daily Telegraph informou esta semana que os parlamentares britânicos temem que Moscou tente extrair petróleo de parte do território da Antártida.
O temor se baseia no fato de que, há quatro anos, a agência geológica russa Rosgeo validou estudos do navio de pesquisa polar russo Alexander Karpinsky sobre a disponibilidade de cerca de 70 bilhões de toneladas de petróleo e gás enterradas sob a plataforma antártica.
As reservas conteriam cerca de 511 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a cerca de dez vezes a produção do Mar do Norte nos últimos 50 anos, de acordo com o jornal.
A Antártida é regida pelo chamado Tratado Antártico, inicialmente assinado por 12 países em 1º de dezembro de 1959, que declara que nenhum país é proprietário do território e designa a região como um continente dedicado à paz e à ciência, o que significa que toda exploração de petróleo é proibida.
O tratado está em vigor indefinidamente e não foi alterado, mas a partir de 2048 qualquer uma das partes consultivas poderá solicitar sua revisão, com aprovação de maioria relativa.
Embora a Antártida não seja governada por ninguém, países como Reino Unido, Argentina, Chile, Austrália e Nova Zelândia historicamente reivindicaram partes de seu território.
Em 1940, por meio do Decreto nº 1747 emitido pelo ex-presidente do Chile Pedro Aguirre Cerda, foram estabelecidos os limites do território antártico chileno e, sete anos depois, foi inaugurada a primeira base antártica do país, a atual Base Naval Capitán Arturo Prat.
Atualmente, o Chile tem ao menos dez bases, cinco das quais são administradas pelo Instituto Antártico Chileno (Inach) e as demais pelas Forças Armadas. (Com Agência EFE)
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