O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alberto Van Klaveren, apresentou nesta segunda-feira (12) a nova Política Externa Feminista (PEF) do país — o primeiro da América do Sul a implementar essa estratégia.
"Embora o conceito possa gerar dúvidas e até mesmo suspeitas, a verdade é que a base de uma política externa feminista não é nada estranha. É a convicção de alcançar um mundo mais igualitário, que reconheça e promova os direitos das mulheres e meninas, e que represente devidamente as sociedades de hoje", disse o ministro.
"A PEF enfoca a igualdade de gênero como um valor democrático e um princípio que reforça a imagem, o status e o reconhecimento do país", de acordo com o ministério. Van Klaveren destacou que o texto será "um documento vivo", porque a política externa feminista é "um paradigma em construção que avança com a sociedade e os desafios do futuro".
Essa iniciativa posiciona a igualdade entre homens e mulheres como um elemento transformador, tanto nas fronteiras do Chile quanto em suas relações internacionais em direção à cooperação feminista, assegurando que essa declaração é uma "condição fundamental" para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela ONU.
"Essa política é participativa, inclusiva, transversal e interseccional, pois reconhece que a desigualdade não é apenas estrutural, mas também se configura a partir da sobreposição de vários fatores", acrescentou.
A nova política busca avançar em um sentido interno, em que a importância da participação das mulheres na tomada de decisões foi destacada, e também em uma perspectiva externa, em que se promove uma ação coordenada com "objetivos definidos e resultados mensuráveis".
"Estamos diante de uma tarefa que exige de todos nós, pois sabemos que a desigualdade de gênero limita severamente o potencial de crescimento e desenvolvimento das sociedades", disse Van Klaveren.
Em março de 2022, o presidente chileno, Gabriel Boric, anunciou o desenvolvimento dessa política para estabelecer o princípio da igualdade e da não discriminação como eixo do trabalho político do país. De acordo com o ministério, o presidente deu atenção "especial" ao processo de nomeação de embaixadores no país, permitindo que o número de mulheres que realizam esse trabalho crescesse de 14 em 2021 para 27 em fevereiro de 2023.
"Nosso país tem sido pioneiro no fornecimento de uma abordagem inclusiva para a política de comércio internacional. Fomos o primeiro país do mundo a incorporar capítulos sobre gênero e comércio em vários de nossos tratados, buscando abrir oportunidades para ampliar a participação das mulheres no comércio internacional", disse Van Klaveren.
Em 2014, a Suécia foi o primeiro país a introduzir essa política externa feminista, seguida três anos depois pelo Canadá, em 2019 por França e Luxemburgo e em 2021 por México e Espanha. Agora, depois que o Chile entrou na lista, Colômbia e Argentina também manifestaram interesse em adotá-la.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares