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Haverá um segundo turno nas eleições chilenas com os candidatos dos extremos: Gabriel Boric, da Frente Amplio, mais à esquerda; e José Antonio Kast (foto), dos Republicanos, à direita da atual coalizão governante.
Haverá um segundo turno nas eleições chilenas com os candidatos dos extremos: Gabriel Boric, da Frente Amplio, mais à esquerda; e José Antonio Kast (foto), dos Republicanos, à direita da atual coalizão governante.| Foto: EFE/Elvis González

O Ministério das Relações Exteriores do Chile rebateu nesta segunda-feira (22) declarações do embaixador da Argentina no país, Rafael Bielsa, a respeito do candidato de direita José Antonio Kast, que foi o primeiro colocado no primeiro turno nas eleições presidenciais chilenas neste domingo (21).

Kast, que teve cerca de 28% dos votos, vai disputar em 19 de dezembro o segundo turno com o esquerdista Gabriel Boric, que atingiu aproximadamente 25%.

“O governo do Chile rejeita as declarações do embaixador da República Argentina, Rafael Bielsa, à imprensa desse país, nas quais se refere a um dos candidatos à presidência do Chile, José Antonio Kast, em termos inadequados”, diz a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores chileno.

“Estas manifestações representam uma ingerência inaceitável nos assuntos internos do Chile e violam as normas da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, acrescentou o comunicado.

Segundo reportagem do Clarín, em entrevistas a rádios argentinas, Bielsa havia comparado Kast ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

“O discurso de Kast é muito genérico e impreciso, mas não é uma direita comparável à do (atual presidente chileno, Sebastián) Piñera, é uma direita que não tem medo de dizer o seu nome”, declarou.

“A direita de Kast representa uma ruptura, é pinochetista, não fala em direitos humanos, nem em desaparecimento de pessoas, nem em tortura, nem em responsabilidades do Estado, e não tem medo de dizer seu nome”, complementou Bielsa, que acrescentou que Kast seria agressivo com a Argentina – o que levou a falar em “antiargentinismo” por parte do candidato chileno.

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