Passageiros com roupas de proteção fazem fila no Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez, Santiago, 1 de abril. O Chile fechará fronteiras para conter avanço da Covid-19| Foto: Martin BERNETTI / AFP
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O governo do Chile anunciou nesta quinta-feira, 1º, que fechará novamente suas fronteiras ao longo do mês de abril para tentar conter a pandemia de coronavírus, que continua batendo recordes diários e neste dia registrou 7.830 novas infecções, ultrapassando 1 milhão de casos no total.

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As viagens ao exterior serão restritas ao longo deste mês tanto para chilenos como para estrangeiros residentes no país e só serão permitidas por meio de uma autorização extraordinária por razões humanitárias urgentes e qualificadas, tratamentos de saúde ou providências essenciais para o bom funcionamento do país.

O fato foi explicado à imprensa pela Subsecretaria de Prevenção ao Crime, Katherine Martorell, que anunciou que será proibida a entrada de estrangeiros não residentes no Chile, também por 30 dias, com exceção daqueles devidamente autorizados pela autoridade consular chilena no país de origem.

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Em relação aos caminhões que entram pela fronteira terrestre, o motorista deverá ter um teste PCR negativo feito nas 72 horas anteriores. "É um momento para tomar medidas difíceis, mas precisamos do esforço de todos", disse Martorell, que também anunciou medidas mais restritivas para reduzir ainda mais a circulação de pessoas.

A autoridade fez uma nova definição dos bens e serviços considerados "essenciais para uso doméstico" e que durante os próximos 15 dias serão os únicos que poderão ser comercializados nas zonas de quarentena total e confinamento de fim de semana.

"São aqueles bens ou serviços que se destinam ao uso doméstico (...) e que são essenciais para a subsistência (alimentação, medicamentos, produtos de higiene e higiene pessoal), trabalho remoto, educação a distância e conservação e segurança da propriedade", indicou.

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Para limitar a circulação de pessoas nas zonas de quarentena, apenas duas autorizações individuais serão concedidas por semana das quais apenas uma delas pode ser usada durante os fins de semana ou feriados.

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"Com isso, será possível diminuir a mobilidade nos fins de semana, em que se entende que os cidadãos têm mais reuniões sociais ou visitas às suas famílias, aumentando o risco de contágio", explicaram as autoridades. Da mesma forma, foi antecipado o toque de recolher em todo o país, que a partir da próxima segunda-feira, entrará em vigor das 21h às 5h.

A subsecretária de Saúde, Paula Daza, anunciou hoje que nas últimas 24 horas foram registados 7.830 casos de Covid-19, que é o número mais elevado de toda a pandemia e com o qual ultrapassou a marca de 1 milhão de infecções totais desde que foi confirmado o primeira caso, em março de 2020.

Desse acumulado, 42.915 são casos ativos, o que marca um novo recorde, já que o número de internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) também atinge novo teto, 2.729, situação que coloca a ocupação hospitalar ao limite, que é de 95% em todo o país. Em relação aos óbitos, foram notificadas 193 novas vítimas elevando o total nacional para 23.328.

Disseminação do vírus

Apesar de o Chile estar realizando um dos processos de vacinação mais rápidos e bem-sucedidos do mundo - já inoculou quase 6,8 milhões de pessoas e é o terceiro país com a maior porcentagem de população vacinada -, não foi capaz de conter a disseminação do vírus e, depois do verão, sofre com a severa segunda onda. No país, as autoridades de saúde já detectaram a presença das variantes brasileira e britânica da Covid-19.

A meta do governo é vacinar 80% da população antes de 30 de junho, neste país de 19 milhões de habitantes. No entanto, o sucesso do processo de vacinação gerou uma falsa sensação de segurança contra o vírus, o que se somou à retomada prematura de várias atividades - como aulas presenciais, academias e cassinos. Segundo os especialistas, esse foi o motivo do aumento sustentado dos casos. Até o momento, 24% da população completou as duas doses necessárias para alcançar a imunidade.

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