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O presidente do Chile, Gabriel Boric, fala à imprensa durante o IV Gabinete Binacional Chile-Peru, no palácio presidencial de La Moneda, em Santiago (Chile), no dia 29 de novembro de 2022.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, foi um dos primeiros líderes internacionais a denunciar a falta de transparência eleitoral na Venezuela| Foto: EFE/Elvis González

O governo do Chile confirmou nesta terça-feira (30) que o corpo diplomático da Venezuela deixará o país nas “próximas horas”, depois que a Venezuela ordenou a retirada imediata das missões em território chileno e em outros seis países que não reconheceram a reeleição do ditador Nicolas Maduro.

A subsecretária de Relações Exteriores do Chile, Gloria de la Fuente, anunciou em entrevista coletiva a iminente saída do país do embaixador venezuelano no Chile, Arévalo Méndez, e indicou que a missão chilena em Caracas, liderada pelo embaixador Jaime Gazmurri, embarcará para Santiago “antes de sexta-feira”.

A Venezuela expulsou as missões diplomáticas de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai de seu território, após as acusações de pouca transparência na divulgação dos resultados eleitoral pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A Embaixada venezuelana no Chile informou nas redes sociais que, a partir de segunda-feira, “suspendeu indefinidamente todos os trâmites", como a emissão e retirada de passaportes.

Dezenas de cidadãos venezuelanos chegaram no início da manhã ao prédio da diplomacia chilena, localizado no bairro de Providencia, em Santiago, para obter mais informações.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse de manhã que a expulsão de funcionários da diplomacia chilena pela Venezuela “mostra uma intolerância imprópria para as democracias”, mas descartou uma ruptura total nas relações entre os dois países.

“O Chile nunca será um país inclinado a romper relações com ninguém. A única vez na história democrática que o Chile rompeu relações diplomáticas foi em 1943, com a Alemanha nazista e com o Japão”, declarou Boric antes de retornar de uma visita oficial aos Emirados Árabes Unidos.

Boric foi um dos primeiros líderes internacionais a exigir transparência na contagem dos votos e a questionar os resultados divulgados na noite de domingo pelo CNE, que declarou Nicolás Maduro vencedor do pleito presidencial com 51,2% dos votos.

O principal oponente de Maduro nas urnas, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, obteve 44,2% dos votos, de acordo com o primeiro e único boletim divulgado pelo CNE, que não revelou o destino de 2.394.268 votos.

A oposição denunciou irregularidades na contagem e exigiu a divulgação de todos os resultados, assim como a maioria dos países da região, a ONU e o Carter Center, que atuou como observador internacional. 

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