Informações divulgadas nesta quarta-feira (15) pela mídia local afirmam que as autoridades chilenas, principalmente o Ministério Público do país, estão conduzindo neste momento uma investigação secreta sobre possíveis movimentações financeiras no norte do país que podem estar relacionadas ao Hezbollah, o grupo terrorista que atua no Líbano.
Segundo as informações, a investigação se concentra nas atividades de empresas supostamente associadas a Hatem Ahmad Barakat e sua família, que estariam operando na Zona Franca de Iquique, cidade localizada o norte do Chile. Barakat é um indivíduo sancionado pelo governo dos EUA por ser considerado um financiador do Hezbollah.
Conforme o que foi revelado, membros da família de Barakat, especialmente seus filhos, que possuem ascendência paraguaia-libanesa, teriam se estabelecido em Iquique em 2003, criando empresas “fachadas” para financiar o grupo terrorista que neste momento está atacando de forma pontual o norte de Israel.
No final do mês de abril, a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, teria compartilhado um relatório confidencial com a ministra do Interior do Chile, Carolina Tohá, onde fazia um alerta sobre as supostas atividades do Hezbollah no Chile. Antes disso, Bullrich tinha pedido desculpas ao país por ter dito abertamente que haviam células do Hezbollah em Iquique.
Segundo informações, o relatório de Bullrich detalha que Barakat viajou ao Chile para arrecadar fundos para o Hezbollah e que, em 2003, foi apontado como um dos principais acionistas de pelo menos duas empresas localizadas em Iquique. O documento também aponta que o filho de Barakat, Alí Hatem Barakat, teria residência legal no Chile e foi proprietário de duas empresas até 2015, quando as vendeu. Através dessas conexões, foi possível identificar, conforme o relatório, uma rede de contatos simpatizantes do Hezbollah.
Segundo informações do site argentino Infobae, a investigação secreta chilena está analisando as supostas movimentações financeiras na Zona Franca de Iquique relacionadas à família Barakat e outras duas famílias. Além disso, o Serviço de Impostos Internos (SII) do Chile teria detectado transações financeiras suspeitas que requerem investigação.
Nesta quarta-feira, o governo chileno disse não ter conhecimento sobre a suposta investigação em curso.
"Terão que ser as próprias autoridades [envolvidas] a fornecer detalhes sobre isso [a investigação]. Por enquanto, não temos nenhum conhecimento disso", disse a porta-voz do governo de Gabriel Boric, Camila Vallejo.