O ministro da Educação do Chile, Felipe Bulnes, demitiu-se do cargo nesta quinta-feira (29), depois de um ano marcado por protestos estudantis por melhorias na educação pública. Foi a segunda renúncia de um ministro da pasta em cinco meses.
Também saiu do governo o ministro da Agricultura, José Antonio Galilea, informou o porta-voz oficial, Andrés Chadwic.
Bulnes, que antes foi ministro da Justiça, assumiu no dia 18 de julho, em substituição a Joaquín Lavín, ex-prefeito de Santiago, questionado pelos estudantes por seus vínculos com uma universidade privada.
O ministério da Educação será ocupado, agora, por Haral Beyer, engenheiro comercial e especialista em questões de educação do Centro de Estudos Públicos (CEP). Já o ministério da Agricultura irá para Luis Mayol, até agora presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e proprietário de várias empresas agrárias.
O ministro Bulnes reuniu-se apenas duas vezes com os líderes estudantis, que cortaram o diálogo, ao considerarem que o governo não tinha intenção de avançar nas reformas propostas.
Os estudantes, que iniciaram seus protestos em abril, querem acabar com um sistema herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que reduziu pelo menos para a metade o aporte público à educação.