Em uma sessão do Conselho de Segurança Fronteiriça nesta quinta-feira (1º), em Colchane, perto da fronteira com a Bolívia, o governo do Chile anunciou que vai reforçar a segurança nas fronteiras com o território boliviano e com o Peru, em razão do receio de que a crise política na Venezuela resulte numa nova onda migratória para o país.
Segundo informações do jornal La Tercera, o subsecretário da Defesa, Ricardo Montero, disse que será feito um reforço dentro de um plano que as autoridades chilenas já vinham desenvolvendo nos mais de mil quilômetros de fronteira com a Bolívia e o Peru (porta de entrada dos venezuelanos no território chileno).
“Vamos também reforçar uma segunda linha de controle nas diferentes estradas que descem da fronteira até a zona central e também ao litoral. Vamos adotar uma série de medidas legislativas que exigem uma mudança nas normas. Estamos trabalhando em um pacote e também vamos tomar medidas administrativas para poder intensificar o controle. A aposta é reforçar a presença do Estado”, explicou, citando controles biométricos e maior vigilância aérea.
Montero afirmou que a piora da crise política na Venezuela após a eleição, o que se confirmou (com denúncias de fraude sobre a “reeleição” do ditador Nicolás Maduro e repressão violenta aos protestos que vieram em seguida), era um dos cenários que Santiago já projetava.
“Isso não nos pega de surpresa. Foi uma das possibilidades, uma das hipóteses que tínhamos em cima da mesa. Temos planos de contingência para essa implantação”, justificou.
O subsecretário de Defesa afirmou que este ano já ocorreu um aumento de 78% na presença de militares nas fronteiras com Peru e Bolívia e que estão sendo comprados mais veículos e câmeras para o monitoramento na região.
Outra estratégia chilena tem sido voos fretados para deportar venezuelanos, por terem cometido crimes ou desrespeitado normas migratórias.