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Pessoas esperam para serem inoculadas com a vacina chinesa CoronaVac em um centro de vacinação em Santiago, em 16 de março de 2021| Foto: CLAUDIO REYES/AFP

O Chile ultrapassou nesta terça-feira (16) a marca de 5 milhões de pessoas que receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, número que inclui toda a população em risco e é alcançado 15 dias antes da data inicialmente prevista pelo governo de Sebastián Piñera.

"Conseguimos cumprir nosso objetivo (...), que sem dúvida foi um trabalho muito difícil e significou a contribuição de centenas de milhares de pessoas", disse o presidente.

No país de 19 milhões de habitantes, o processo de vacinação começou com os profissionais da saúde em 24 de dezembro e continuou com os grupos da população de maior risco – portadores de doenças crônicas e idosos – em 3 de fevereiro. A meta oficial era alcançar os 5 milhões com ao menos uma dose em 30 de março.

O próximo objetivo do governo, que garantiu 35 milhões de doses de vários laboratórios e da plataforma Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS), é inocular o restante da população alvo até junho (cerca de 15 milhões de pessoas). Até o momento, duas vacinas foram administradas no país: a do laboratório americano Pfizer e a Coronavac, do chinês Sinovac.

Campanha de vacinação é exemplo

Desde o início do processo de inoculação em massa, o Chile tem avançado a passos largos e já é o quarto país do mundo com mais pessoas inoculadas (mais de 36% da população) atrás de Israel, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido de acordo com o registro Our World in Data, da Universidade de Oxford.

O Chile também é o país que vacina mais rápido no mundo, com 1,4 doses diárias por 100 habitantes, segundo a mesma fonte. A negociação antecipada de vacinas, bem como a extensa rede de cuidados primários são dois dos principais fatores que aceleraram a imunização.

"Acreditem em mim, garantir vacinas para todos os chilenos tem sido uma tarefa extraordinariamente difícil e cheia de obstáculos, mas conseguimos", reconheceu o presidente, anunciando que nos próximos dias chegarão novos carregamentos com mais 4 milhões de vacinas e que a inoculação da população entre 50 e 59 anos terá início no dia 24.

Segunda onda

O Chile, que já soma 900.782 infectados e 21.789 mortos em um ano, está mergulhado em uma segunda onda, com números diários semelhantes aos de junho de 2020, quando a pandemia estava no auge e a rede hospitalar estava à beira do colapso.

As autoridades sanitárias informaram que hoje foram registrados 4.591 infectados e 17 mortes e a taxa de positividade (número de infecções por 100 PCR realizadas) subiu para 9,7%.

"Esta vacinação em massa bem-sucedida é uma grande aliada, uma ajuda tremenda, mas não precisamos baixar a guarda", acrescentou Piñera, que melhorou sua aprovação com o processo de vacinação após ter sido muito questionado durante os primeiros meses da pandemia e após os protestos de 2019.

Uma luz com a vacina

Apesar do aumento dos contágios, que levou o governo a confinar quase um terço da população do país nesta semana, o avanço do processo de vacinação traz esperança. Um asilo do sul cujos residentes e funcionários haviam recebido a primeira dose da Sinovac no começo de fevereiro resistiu com sucesso a um grande surto da doença, após serem reportados no local 70 infectados. Apenas uma idosa morreu, "mas ela estava entre os quatro residentes do lar que, por diversos motivos, não receberam a vacina", informou o asilo, localizado em Ancud.

A vacina também chegou às bases chilenas na Antártica. Em dezembro passado, após meses sem casos, foi reportado um surto de coronavírus com 36 infectados na base mantida pelo Exército chileno naquele território.

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