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Chile vai a segundo turno presidencial após resultado surpreendente

Resultados preliminares colocam o empresário e economista Sebastián Piñera, em primeiro lugar, mas sem o número de votos suficientes para ganhar em primeiro turno | Martin Bernetti/AFP
Resultados preliminares colocam o empresário e economista Sebastián Piñera, em primeiro lugar, mas sem o número de votos suficientes para ganhar em primeiro turno (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Resultados de boca de urna indicam que haverá um segundo turno na eleição presidencial do Chile entre o ex-presidente de centro-direita, o empresário e economista Sebastián Piñera, 67, e o “outsider” de centro-esquerda, o jornalista Alejandro Guillier, 64.

Os números da pesquisa da Rádio Bio Bio sobre a votação deste domingo (19) surpreendem em relação às pesquisas. Piñera teria tido uma votação muito abaixo da prevista, de 36% (se projetavam 45%), seguido de Guillier, com 23%.

Em terceiro lugar, com uma votação acima do esperado, vem a candidata da nova aliança de esquerda, a Frente Ampla, com 19%.

Se confirmado, a votação do segundo turno será realizada em 17 de dezembro.

Às 19h30 locais (20h30 de Brasília), os resultados oficiais, com uma amostra ainda pequena, de 22,78%, mostravam a mesma tendência.

Piñera na frente, com 36,6%, seguido de Guillier, 22,5%, e Sánchez com 20,40%.

E os números divulgados sugerem que, com uma aliança entre Guillier e Sánchez, seria possível vencer Piñera.

A participação ficou dentro do esperado, em apenas 43% –cerca de 14,3 milhões de chilenos estão aptos para votar.

Na eleição de 2013, a participação eleitoral havia sido de 51%. O Chile é o quarto país do mundo com maior índice de abstenções.

Voto dos candidatos

O favorito, Sebastián Piñera, votou às 10h (11h em Brasília), num colégio de Las Condes, bairro nobre de Santiago.

Ao sair, falou com jornalistas. “Hoje vamos tomar uma decisão que mudará nossas vidas por muitas décadas, e determinará os caminhos que queremos seguir.”

Agora vamos esperar os resultados e, a partir de março [quando o candidato eleito assume], vamos precisar da unidade de todos os chilenos”, declarou.

Indagado sobre o fato de que um grupo de estudantes cercou seu comitê esta manhã com cartazes contra sua candidatura, Piñera disse apenas que “numa democracia, qualquer manifestação pacífica é permitida, mas não estarei de acordo que se cometam excessos, mas isso felizmente não ocorreu”.

O grupo, que se reuniu nas primeiras horas da manhã, foi dissolvido pelos Carabineros.

Seu principal rival, Alejandro Guillier, votou em Antofagasta, às 11h (meio-dia no Brasil) onde é senador. O colégio a que compareceu estava cheio de apoiadores, a quem distribuiu cumprimentos e selfies.

“Espero que um segundo turno seja propício para armar acordos que assegurem a governabilidade. Vamos esperar os resultados e respeita-los, como deve ser”, disse.

Já a presidente Michelle Bachelet votou pela manhã em um colégio do bairro de La Reina. Fez um pedido para que os chilenos compareçam às urnas, tentando reverter a tendência de alta abstenção.

“É importante que se compareça [à votação], que exerça seu direito cidadão e que vote por quem sinta que o representa no que deseja para o Chile”, disse Bachelet.

A mandatária disse que acredita que haverá um segundo turno, e que para essa fase da campanha, espera que “se possa escutar ideias compostas, propostas sobre o modelo de país que cada candidato ou candidata represente”.

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