Uma mulher chilena foi morta a tiros ao limpar uma barricada colocada por manifestantes antigoverno na primeira morte de um estrangeiro nos conflitos na Venezuela, disseram nesta segunda-feira autoridades e a mídia estatal.

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A morte de Giselle Rubilar, de 47 anos, que estudava na cidade venezuelana de Mérida, elevou para pelo menos 21 o número total de mortes em cinco semanas de manifestações contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Um das táticas de protestos dos opositores venezuelanos é construir barricadas para impedir o trânsito em diversas vias da cidade, com a meta de forçar a saída do presidente. "De acordo com informações preliminares, nas primeiras horas de domingo, 9 de março, ela foi baleada quando removia lixo bloqueando a estrada perto de sua casa, em Mérida", disse o Ministério Público da Venezuela.

A imprensa estatal informou que manifestantes mascarados atiraram na chilena, mas a informação não foi confirmada oficialmente.

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Estudantes e militantes opositores de Maduro estão fazendo barricadas em várias cidades desde o mês passado, exigindo a renúncia do presidente e soluções para os problemas do crime e da escassez de produtos.

Governo venezuelano impede manifestação de médicos em Caracas

O governo venezuelano impediu nesta segunda-feira uma manifestação do setor médico ligado à oposição política e que pretendia entregar na vice-presidência uma folha de solicitações para tentar diminuir a crise do sistema sanitário do país.

Várias dezenas de membros da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) frearam as intenções de dirigir-se à vice-presidência das centenas de médicos e simpatizantes que foram se concentrando na Praça Venezuela, em Caracas.

Com palavras de ordem a favor do grêmio e para reivindicar as provisões que, segundo suas denúncias, escasseiam nos centros médicos, os profissionais sanitários desfraldaram uma grande bandeira venezuelana na praça no dia dedicado aos médicos no país caribenho.

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"Nós, os médicos, estamos em luta porque nossa saúde está em crise. Os pacientes sofrem porque não contamos com insumos, porque os hospitais estão caóticos, porque não temos como tratar nossos pacientes", disse à Agência Efe o médico Enrique Ramos.

"Maior segurança dentro dos hospitais, que o paciente não tenha longa espera, longa estadia dentro do hospital e (...) porque não temos em muitos hospitais algodão, álcool, não temos seringa com que trabalhar", acrescentou.

O setor sanitário não escapa da situação de crise que a Venezuela sofre há meses.

O presidente da Federação Médica Venezuelana, Douglas León, pediu em novembro do ano passado uma declaração de "emergência" sanitária e epidemiológica, junto com melhorias de salários e de instalações.

Na mesma hora o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu no Palácio de Governo os profissionais médicos do setor público e aprovou uma série de desembolsos para a construção de novos hospitais.

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Maduro disse que no país houve avanços no atendimento médico graças aos diferentes programas que tem o governo, incluídos os que desenvolve em cooperação com Cuba.

No sábado passado a Guarda Nacional também impediu uma marcha de mulheres opositoras que pretendiam manifestar-se em frente ao Ministério de Alimentação.

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