Santiago (AFP) – As chilenas, habitualmente conservadoras no momento de votar, estão propensas a escolher a candidata socialista Michelle Bachelet no segundo turno da eleição presidencial, numa tentativa de sacudir uma sociedade claramente machista, acreditam especialistas. As mais recentes pesquisas mostram que a ex-ministra Bachelet, que às vezes faz comentários irônicos sobre seus "pecados" – ser socialista, agnóstica e mãe solteira –, tem um claro favoritismo no eleitorado feminino. "Há muitas expectativas de que as coisas mudem com ela. A situação das mulheres aqui não mudou em nada e é por isso que ela está sendo eleita, para que isto mude", afirma Marta Lagos, diretora do instituto de pesquisa Mori. "Ela não se mete com o establishment, não é autoritária ou hierárquica", acrescenta.

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Carmen Torres, diretora do Instituto da Mulher, criado em 1987 para a formação de mulheres líderes, confirma que existe uma "forte identificação feminina com 'la Michelle'". "Ela é vista como capaz e economicamente independente", considera. Bachelet é lembrada no Chile como uma médica, uma pessoa culta, que conhece idiomas, que sofreu com a ditadura, e que chegou ao cardo de ministra da Defesa.

O Chile, um modelo para as economias da região, com 6% de crescimento em 2005, é o país da América Latina com a menor taxa de mulheres economicamente ativas (apenas 42%), e as que trabalham ganham 40% menos do que os homens, segundo Torres.

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