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Cientistas acompanharam chimpanzés “beberrões” durante 17 anos | G Ohashi/
Cientistas acompanharam chimpanzés “beberrões” durante 17 anos| Foto: G Ohashi/

Um pioneiro estudo divulgado nesta quarta-feira (10) no Reino Unido revelou pela primeira vez que os chimpanzés que vivem em liberdade na África Ocidental consomem álcool voluntariamente, hábito até agora só era atribuído aos humanos.

A pesquisa, publicada na revista da instituição científica britânica “Royal Society”, confirmou estudos anteriores que indicam que os símios africanos e os seres humanos compartilham uma mutação genética que os permite metabolizar o álcool.

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Uma equipe de especialistas liderada pelo primatólogo Tetsuro Matsuzawa, da Universidade de Kioto (Japão), descobriu que um grupo de chimpanzés de Bossou, no sudeste da Guiné, consome álcool há muito tempo e de forma recorrente.

Os cientistas acompanharam durante 17 anos, entre 1995 e 2012, esta comunidade e comprovaram que os chimpanzés ingerem grandes quantidades de etanol, com uma graduação alcoólica de até 3,8%, procedente da palma de ráfia.

Estes símios fabricam suas próprias ferramentas para obter a bebida alcóolica: a partir de folhas que eles mesmos amassam, elaboram uma espécie de esponja que molham na seiva da palma, fermentada naturalmente, para depois chupá-la.

Não foram observadas diferenças de idade ou de sexo quanto à ingestão de álcool, mas foi constatado que alguns destes símios consomem quantidades suficientes para ficar bêbado.

Kimberly Hockings, especialista da Universidade Brookes de Oxford e co-autora do estudo, explicou que alguns dos sujeitos analisados chegavam a consumir até 85 mililitros de álcool e depois mostravam “claros sinais de embriaguez, e chegavam a adormecer um momento após beber”.

Kimberly observou também que o uso de tecnologias elementares por estes animais, como o recipiente feito com folhas, “evidencia, mais uma vez, quão inteligentes são os símios”.

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