Um novo estudo, que certamente vai provocar polêmica, afirma que os chimpanzés e os humanos se separaram de um ancestral comum há apenas 4 milhões de anos -as estimativas anteriores variavam de 5 a 7 milhões.

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Os pesquisadores compararam o DNA de chimpanzés, de humanos e do nosso outro parente mais próximo, o gorila, além de orangotangos. Usaram um cálculo bastante conhecido, mas que não havia sido aplicado à genética, para tentarem criar um ``relógio molecular'' que estimasse quando os humanos se diferenciaram dos demais primatas.

``Assumindo a divergência em relação aos orangotangos 18 milhões de anos atrás, o momento de especiação do humano e do chimpanzé é consistentemente em cerca de 4 milhões de anos atrás'', disseram eles no estudo, publicado na PloS Genetics (a biblioteca pública da revista Science sobre genética, no endereço http://genetics.plosjournals.org/perlserv/?request=get-document&doi=10.1371/journal.pgen.0030007#toclink4).

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``A evolução dos primatas é um tópico central na biologia, e muita informação pode ser obtida dos dados da sequência do DNA'', disse Asger Hobolth, da Universidade do Estado da Carolina do Norte, em nota.

A teoria do relógio molecular se baseia na premissa de que todo o DNA sofre mutações no mesmo ritmo. Não se trata de um ritmo estável, mas que acaba se nivelando ao longo de milênios, permitindo uma análise da evolução.

Os especialistas concordam que os humanos se separaram de seu ancestral comum com os chimpanzés há milhões de anos, e que os gorilas e orangotangos se separaram ainda mais cedo.

Mas é difícil precisar quando isso ocorreu, embora os estudos mais recentes estimem 5 a 7 milhões de anos atrás.

Hobolth e seus colegas das universidades de Aarhus (Dinamarca) e Oxford (Grã-Bretanha) examinaram quatro regiões dos genomas dos chimpanzés, dos humanos e dos gorilas.

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Usaram a técnica estatística chamada modelo oculto de Markov, desenvolvida na década de 1960 e originalmente usada no reconhecimento da fala. Os resultados contradizem diretamente parte das pesquisas recentes.

Os cientistas concluíram que demorou apenas 400 mil anos para que o homem se tornasse uma espécie completamente diferente de seu ancestral imediato.

Ainda em maio do ano passado, David Reich, pesquisador de Harvard e do MIT, encontrou provas de que a diferenciação em relação ao antepassado teria ocorrido ao longo de 4 milhões de anos, terminando 5,4 milhões de anos atrás.