Pelo menos 34 pessoas morreram e outras 140 ficaram feridas depois que "mais de dez supostos terroristas" atacaram com facadas a multidão na estação de trem de Kunming (capital da província meridional de Yunnan) na China.
O ataque aconteceu por volta das 21h20 locais do sábado (10h20 de Brasília) dentro da estação e as autoridades locais acusaram as "forças separatistas de Xinjiang", província no noroeste da China e lar da etnia minoritária uigur, publicou neste domingo a agência oficial "Xinhua".
A polícia matou com disparos cinco dos supostos terroristas e continua tentando capturar o restante, enquanto os feridos foram internados em pelo menos dez hospitais da cidade.
Liu Chen, um estudante de 19 anos da cidade de Wuhan, na província de Hubei, estava na estação esperando sua vez para comprar uma passagem de trem quando o ataque ocorreu.
"Em princípio, pensei que era só uma briga, mas depois vi sangue, escutei muitos gritos, e apenas corri", declarou o jovem, citado pela "Xinhua".
Um cidadão de Yunnan, Yang Haifei, disse à agência chinesa no hospital que foi esfaqueado no peito e nas costas, mas sem gravidade, enquanto tentava comprar uma passagem de trem.
"Então vi algumas pessoas entrando às pressas na estação, a maioria deles vestidos de negro, e de repente começaram a atacar todos", afirmou, acrescentando que as pessoas que "foram mais lentas são as que ficaram mais gravemente feridas".
"Muitos desmaiaram de pânico", acrescentou.
Algumas fotografias postadas pelos usuários do Weibo, o Twitter chinês, mostravam a polícia local patrulhando a estação e médicos transferindo os feridos para o hospital.
O presidente da China, Xi Jinping, exigiu a aplicação da lei para resolver o "caso do ataque terrorista em Kunming e punição aos terroristas de acordo com as normativas".
Xi ordenou que "as partes relevantes combatam com firmeza o terrorismo e sejam conscientes da gravidade e complexidade da situação".
Xi, que também é líder da Comissão Nacional de Segurança, um órgão criado no final do ano passado como parte das reformas programadas pelo novo governo chinês, pediu "reforço na luta contra as ações terroristas em todas as suas formas".
Um ataque cometido em outubro do ano passado na Praça da Paz Celestial, quando um automóvel invadiu o local e pegou fogo em frente ao portão da Cidade Proibida, causando cinco mortos e pelo menos 40 feridos, também foi atribuído às forças separatistas de Xinjiang.
No entanto, algumas organizações uigures no exílio negaram o envolvimento desses grupos nos ataques, e denunciaram o aumento do assédio por parte das autoridades chinesas contra essa etnia minoritária de religião muçulmana que, em algumas ocasiões, teve conflitos com os han (etnia majoritária) em Xinjiang.
Xi enviou alguns membros do governo, entre eles Meng Jianzhu, líder da Comissão de Assuntos Políticos e Legais do Partido Comunista chinês (PCCh), a Kunming para visitar as vítimas.
Por sua parte, o primeiro-ministro, Li Keqiang, pediu às forças de segurança que aumentem a prevenção e as medidas de controle para garantir a segurança em locais públicos.
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