A China vai impor tarifas de US$ 60 bilhões em produtos americanos caso os Estados Unidos deem seguimento às suas mais recentes ameaças comerciais, alertou Pequim nesta sexta-feira (3).
Em um comunicado, o Ministério do Comércio disse que a China poderia adicionar taxas de 5%, 10%, 20% ou 25% a 5.207 itens importados dos EUA. O órgão também alertou que poderia adotar novas contramedidas a qualquer momento.
Dizendo que foi “forçado a agir”, Pequim considerou a medida uma resposta à ameaça americana de elevar de 10% para 25% a tarifa proposta para US$ 200 bilhões em produtos chineses.
Os Estados Unidos e a China estão em uma guerra comercial cada vez maior, na qual os dois lados já impuseram tarifas sobre cerca de US$ 50 bilhões de bens provenientes dos países, aumentando a tensão entre as duas maiores economias do mundo.
A declaração da China veio logo depois que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se encontrou com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em Cingapura.
Lu Xiang, especialista em comércio entre os EUA e a China na Academia de Ciências Sociais da China, em Pequim, disse que as tensões atingiram um “momento crítico”.
“A guerra comercial é uma tática de Trump, mas se eventualmente evoluir para um confronto estratégico, o resultado será, sem dúvida, desastroso”, disse ele.
Nas primeiras rodadas, os Estados Unidos e a China trocaram ameaças de US$ 50 bilhões passando para US$ 100 bilhões posteriormente.
Em junho, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu ao representante de Comércio dos EUA, Robert E. Lighthizer, que elaborasse um plano para uma tarifa de 10% sobre US$ 200 bilhões em importações chinesas. A China não tem como igualar a ameaça, mas prometeu revidar usando medidas “qualitativas e quantitativas”.
Líderes empresariais de ambos países estão preocupados sobre onde essa escalada vai parar.
“Sinto que estamos vendo um endurecimento das atitudes de ambos os lados”, disse Jacob Parker, vice-presidente de relações da China no Conselho Empresarial da China. É uma “guerra fiscal que prejudicará os consumidores americanos, os agricultores e a indústria dos EUA”.
Parker acrescentou: “É hora de parar de impor ações tarifárias não constitutivas e resolver os problemas reais”.