A verba orçamentária da China para defesa - tema que preocupa de forma crescente os rivais estratégicos como Japão e Estados Unidos - aumentará neste ano 11,2%, anunciou neste domingo o Legislativo do país asiático.

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O orçamento anual do Exército chinês, que com 2 milhões de soldados é o maior do mundo com relação a efetivo, chegará a 670 bilhões de iuanes (US$ 106,4 bilhões), quantia US$ 10,7 bilhões maior na comparação com 2011.

A verba foi anunciada, como ocorre anualmente, na véspera da abertura do plenário da Assembleia Nacional Popular (Legislativo), a reunião política mais importante do ano para o regime, e o encarregado de fazê-la foi o porta-voz da instituição, Li Zhaoxing, quem classificou a alta de "razoável e apropriada".

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A ampliação dos recursos supera em dois pontos o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado (9,2%), como tem sido nos últimos anos, com exceção de 2010, quando o reajuste da verba militar foi de 7,5% e a ascensão do PIB de 8,7%.

Li, ex-ministro das Relações Exteriores chinês, ressaltou após anunciar os números que a China "coordena o desenvolvimento de sua defesa com o desenvolvimento econômico", e que os reajustes orçamentários são decididos "de acordo com os requerimentos da defesa nacional".

Ele acrescentou que desde o início da crise financeira mundial em 2008, o gasto público ascendeu anualmente em torno de 20,3%, número superior ao do aumento da verba de defesa, que no meio da década 2003-2007 chegou ao redor de 15% em média.

Explicou ainda que o percentual da despesa de defesa chinesa no PIB nacional recuou de 1,33% em 2008 para 1,28% de 2011.

Em anos anteriores, Li comparou o número com o dos EUA, onde supera 4%, e com 2% da Rússia, França e Reino Unido, os quatro países que compartilham com a China assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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O rápido aumento do orçamento militar de Pequim nos últimos anos sempre despertou desconfiança entre rivais estratégicos como Estados Unidos e Japão, que consideram o Exército chinês rival direto no médio prazo, e acusam Pequim de não revelar os reais números de suas despesas de defesa, ao não incluir nestas, por exemplo, as importações de armamento.

Embora negue as acusações, a China não detalha com precisão o destino de seus recursos, apesar de que costuma destacar que principalmente é dedicada à renovação de equipamentos dos soldados (quartéis e vestimentas) e programas de formação.

Com conflitos latentes que remontam décadas, com Taiwan e a península Coreana, e outros que ressurgem, como o do Mar do Sul da China, as potências do Pacífico veem com receio a ascensão militar do gigante asiático, que no ano passado exibiu sua força com o estreia de seu primeiro porta-aviões.

China tem o maior Exército do mundo em número de soldados, embora esteja em processo de progressiva reestruturação que envolve a redução em tamanho em troca de uma melhoria na capacidade tecnológica e armamentista.

O regime comunista defende que sua política militar é rigorosamente defensiva, embora considere parte dela deverá avançar em direção à reunificação com o Taiwan, ilha separada unilateralmente da China em 1949 e aliada militarmente com os Estados Unidos.

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