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Crise internacional

China avisa que estará com a Rússia contra a Ucrânia

Telão exibe imagem de Xi Jinping no Museu do Partido Comunista da China em Pequim, 23 de novembro. (Foto: EPA-EFE/ROMAN PILIPEY)

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Ao pedir que os Estados Unidos levem “a sério” as preocupações de segurança de Moscou a respeito da crise na Ucrânia, a China finalmente mostrou seu apoio à Rússia. Nesta quinta-feira (26), uma ligação entre os chefes diplomáticos dos dois países selou a posição do gigante asiático.

Durante a conversa, o ministro das Relações Exteriores Wang Yi exigiu que o secretário de Estado Antony Blinken "pare de interferir" nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e "pare de brincar com fogo" na questão de Taiwan.

"As preocupações razoáveis ​​de segurança da Rússia devem ser levadas a sério e resolvidas", disse Wang Yi em comunicado de seu ministério. "Todas as partes devem abandonar completamente a mentalidade da Guerra Fria e formar um mecanismo de segurança europeu equilibrado, eficaz e sustentável por meio de negociações", completou.

Blinken, por sua vez, alertou o diplomata chinês para "os riscos econômicos e de segurança global representados por novas agressões russas contra a Ucrânia e concordou que a desmobilização e a diplomacia são a maneira responsável de proceder", disse seu porta-voz Ned Price. Em resposta, Wang afirmou que a prioridade é “que os Estados Unidos parem de interferir nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim".

Além da ligação entre os dos países, durante uma coletiva de imprensa na última quarta-feira (27), o serviço de notícias estatal da China Xinhua perguntou ao porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, sobre comentários da vice-secretária de Estado Wendy Sherman, que disse que a exigência da Rússia de que a aliança não expanda sua adesão era um “não de partida”.

Em 10 de janeiro, após negociações malsucedidas do Conselho OTAN-Rússia em Genebra, Sherman disse: "Não permitiremos que ninguém feche a política de portas abertas da OTAN". Em Pequim, Zhao referiu-se à aliança de forma depreciativa, como um "resquício da Guerra Fria".

"Como a maior aliança militar do mundo, a OTAN deve abandonar a mentalidade ultrapassada da Guerra Fria e o viés ideológico, e fazer coisas que conduzam à manutenção da paz e da estabilidade", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

A decisão de Pequim se posicionar publicamente ocorre enquanto há cerca de 100 mil soldados russos e veículos de guerra concentrados na fronteira leste da Ucrânia. Moscou diz que não pretende invadir.

Há três semanas, o ditador da China, Xi Jinping, trocou telegramas com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por ocasião do 30º aniversário das relações bilaterais oficiais. "Atribuo grande importância ao desenvolvimento da parceria estratégica China-Ucrânia", disse Xi, segundo o ministério chinês.

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