O presidente americano chegou no domingo para sua primeira visita oficial ao país| Foto: REUTERS/Jim Young

No seu primeiro dia de visita à China, o presidente norte-americano, Barack Obama, fez em Xangai uma apaixonada defesa da liberdade de informação e de outros valores centrais dos Estados Unidos que considera universais, como participação política, liberdade religiosa e respeito às minorias. O discurso porém, não foi transmitido pela TV nacional chinesa. Alguns trechos provocativos sobre a importância da liberdade na internet foram colocados nos sites de notícias chineses num primeiro momento, mas logo foram retirados.

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Além disso, o governo chinês fez uma pré-seleção dos estudantes que ouviram Obama. O discurso foi feito em uma universidade e depois os alunos puderam fazer perguntas. No entanto, as questões quase sempre refletiram o ponto de vista oficial. A única exceção foi a pergunta lida pelo embaixador dos EUA na China, Jon Huntsman, escolhida entre as que foram enviadas ao site da missão norte-americana em Pequim. Segundo o jornal "The Washington Post", a grande maioria dos estudantes presentes era membro do Partido Comunista.

Ainda assim, funcionários do governo dos EUA se disseram satisfeitos. "Entendemos que há limites", disse o assessor da Casa Branca David Axelrod. "Obama teve a chance de dar suas respostas a uma audiência grande na TV local e na internet. Isso fez o evento valer a pena", completou, numa referência a uma TV de Xangai e ao site QQ (com uma média de 43 milhões de acessos), que transmitiram o evento ao vivo.

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A China censura a imprensa e a internet, restringe a atividade religiosa, tem um Judiciário submetido aos interesses do Partido Comunista e é criticada por sua ação no Tibete e em Xinjiang, províncias habitadas por etnias minoritárias. Mas o tema que mereceu a maior parte da atenção de Obama foi a censura na internet. O presidente defendeu o acesso irrestrito à rede - até mesmo a sites como o Twitter, bloqueado na China, da mesma forma como o Facebook e o YouTube.

A China tem o maior número de internautas do mundo - 350 milhões - e usa um sofisticado sistema chamado de "grande muralha de fogo" para bloquear o acesso a milhares de sites de conteúdo considerado "sensível" pelos censores de Pequim. As páginas mais censuradas são as que criticam a situação dos direitos humanos no país, defendem a independência de Taiwan ou do Tibete, propõem reformas políticas ou fazem menção a grupos religiosos banidos na China. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.