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O bloqueio, no entanto, é intermitente, com algumas palavras sendo liberadas e depois proibidas novamente em poucos dias | WANG ZHAO/AFP
O bloqueio, no entanto, é intermitente, com algumas palavras sendo liberadas e depois proibidas novamente em poucos dias| Foto: WANG ZHAO/AFP

O governo chinês bloqueou a menção em redes sociais de palavras e termos críticos ao Partido Comunista e a Xi Jinping, que comanda o regime ditatorial no país.  

Entre outros, estão censurados os nomes dos livros "1984" (de 1949) e "Revolução dos Bichos" (1945), de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo" (1932), de Aldous Huxley. As três obras apresentam críticas a regimes autoritários.  

A lista de termos bloqueados foi divulgada pelo site americano China Digital Times, que monitora o bloqueio na internet chinesa. A maior parte dos termos foi censurado no Sina Weibo, espécie de Twitter local, mas outros sites, como o buscador Baidu, também foram afetados.  

A decisão aconteceu após o Partido Comunista Chinês anunciar em 25 de fevereiro a decisão de mudar a Constituição do país para por fim ao limite de uma reeleição. A manobra foi interpretada como uma ação de Xi para se manter no poder indefinidamente e foi recebida com memes e reclamações nos principais sites do país.  

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Imediatamente após o anúncio, foram bloqueados alguns termos ligados diretamente ao assunto, como "limite de mandato". Na sequência, porém, a censura foi ampliada para abarcar outras palavras que estavam sendo usadas nas críticas.  

Assim, os internautas chineses não conseguem, por exemplo, fazer menções ao Ursinho Puff, personagem da Disney (que também teve seu nome bloqueado) que costuma ser comparado a Xi na China. Também não podem escrever Xi Tsé-Tung, um trocadilho que une o nome do atual líder com o de Mao Tsé-tung, fundador da China comunista, que comandou o país entre 1949 e 1976. 

Foram censurados ainda uma série de referências ao Império Chinês, como "meu imperador" e "ascender ao trono" e nomes históricos ligados ao tema, como o de Yuan Shikai, primeiro presidente do país e que tentou restaurar a monarquia no início do século 20.  

Muitos internautas compararam Xi aos antigos imperadores após o anúncio do fim do limite de reeleição.  

Termos que podem ser usadas em críticas ao atual líder, como "sem-vergonha", "discordar", "eu me oponho" e "líder incapaz" também entraram na lista de palavras proibidas. A censura incluiu ainda o uso da letra "N", mas não está clara a razão. Alguns analistas acreditam que ela poderia ser usada para se referir ao número de mandatos que o atual presidente poderia exercer.  

O bloqueio feito na internet chinesa é intermitente, com algumas palavras sendo liberadas e depois proibidas novamente em poucos dias. Por isso, parte dos termos não está mais censurada.

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