O embaixador da Grã-Bretanha na ONU disse que a China concordou em discutir possíveis novas sanções contra o Irã pela primeira vez durante negociações com países chave para a questão. Os diplomatas têm tentado fazer com que os iranianos retomem as negociações sobre seu programa nuclear.
O embaixador Mark Lyall Grant disse que graduados diplomatas de seis países - Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha - realizaram uma conferência por telefone nesta quarta-feira sobre a proposta de uma quarta rodada de sanções, proposta em janeiro pelos Estados Unidos.
A China não respondeu à proposta. Mas Lyall Grant disse que durante as negociações desta quarta-feira "meu entendimento é que eles concordaram em se engajar substancialmente".
Ele disse que seis negociadores "concordaram que realizarão novas discussões sobre possíveis medidas no início da semana que vem".
A China, que depende do Irã para o fornecimento da maior parte da energia que consome, tradicionalmente se opõe às sanções, mas concordou com as primeiras três resoluções de sanções. O país tem sido cético sobre a necessidade de uma quarta rodada de sanções, defendidas pelos poderes ocidentais como forma de pressionar o Irã a suspender seu programa de enriquecimento de urânio. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse recentemente que Teerã pode estar fabricando bombas nucleares.
Segundo diplomatas da Organização das Nações Unidas (ONU), que falaram em condição de anonimato, as novas sanções proposta têm como alvo a poderosa Guarda Revolucionária iraniana além de endurecer as medidas existentes contra os setores de navegação, bancos e seguros.
Quando o novo embaixador da China na ONU, Li Baodong, foi perguntado sobre a conferência por telefone e se a China está pronta para se engajar em conversações sobre possíveis novas sanções e respondeu "muito boa pergunta", mas evitou dar uma resposta direta.
Ele reiterou o "firme comprometimento" da China em evitar a propagação de armas nucleares, acrescentando que é "muito importante para manter a estabilidade e paz no Oriente Médio". "Soluções diretas devem ser encontrados por meio de conversações de paz e negociações", disse Li. "Por um longo tempo a China tem defendido essas conversações. Agora, estamos trabalhando com outros membros, com a comunidade internacional, para encontrar uma solução pacífica para a questão."
O problema em fazer Pequim se engajar tem causado as mais recentes mudanças na diplomacia chinesa. O Ministério de Relações Exteriores transferiram seu negociador político para Genebra, transferiu Li Baodong de Genebra para a ONU, e o embaixador da China na ONU, Zhang Yesui, para Washington.
Lyall Grant disse "meu entendimento é que o funcionário chinês que agora vai liderar o dossiê iraniano" é o ex-vice-embaixador na ONU, Liu Zhenmin, que acabou de voltar de Pequim.
No início deste mês, Liu disse ao Conselho de Segurança da ONU que Pequim continua a favor de discutir a questão nuclear iraniana por meio da "estratégia de duas vias" de engajamento diplomático e pressionar por meio das sanções, um comentário que a embaixador norte-americana Susan Rice chamou de "importante".
O porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, falando com repórteres em Washington, disse que durante a ligação telefônica desta quarta-feira "todos os lados reafirmaram seus compromissos com a abordagem de duas vias". "Mas, de novo, este será um processo longo e haverá consultas enquanto nos movemos nesta direção", disse ele.
Tanto a China quanto a Rússia repetiram várias vezes que acreditam que ainda há espaço para negociações com o Irã, que insiste que seu programa nuclear tem como objetivo apenas a produção de energia nuclear com fins pacíficos.
A agência de notícias russa Interfax citou o vice-ministro de Relações Exteriores Sergei Ryabkov dizendo que a comunicação entre os seis países "mostra que a busca por uma solução por meio de esforços diplomáticos não tem e não pode ter qualquer alternativa".
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