Um tribunal chinês sentenciou nesta terça-feira um pastor protestante, sua mulher e o irmão dela a penas de até três anos de cadeia por terem impresso ilegalmente Bíblias e outras publicações cristãs, disse um de seus advogados.

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A condenação de Cai Zhuohua, de 34 anos, e de sua família acontece dias antes da chegada do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, cristão protestante, para uma visita ao país.

Na China, a impressão de Bíblias e de outras obras religiosas precisa de aprovação do Gabinete Estatal de Assuntos Religiosos. Bíblias não podem ser compradas abertamente em livrarias.

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O pastor Cai, preso em setembro do ano passado, foi condenado a três anos de detenção sob acusação de "práticas comerciais ilegais". Ele declarou-se inocente, disse por telefone o advogado Zhang Xingshui.

Sua mulher, Xiao Yunfei, de 33 anos, foi condenada a dois anos de prisão e o irmão dela, Xiao Gaowen, de 37 anos, a 18 meses. Eles foram objeto das mesmas acusações

Os três deverão apelar dentro do período regulamentar de 10 dias. Autoridades judiciárias recusaram-se a comentar o caso.

A mãe de Cai, que toma conta de um filho do casal, defendeu o pastor, mas afirmou que não ficou triste nem irritada.

- A promotoria não encontrou testemunha para dizer que meu filho recebeu dinheiro - disse Cai Laiyi, de 61 anos, depois de emitida a sentença. - Mas não estou triste nem brava, porque esse é o plano de Deus.

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A corte multou Cai em US$ 25 mil, a mulher dele em US$ 19 mil e o irmão em cerca de US$ 12,5 mil.

Oito advogados e juristas haviam oferecido serviços gratuitos aos acusados.

Ativistas de defesa dos direitos dizem que a liberdade religiosa é garantida pela Constituição chinesa e que os fiéis podem participar de atos nas igrejas oficiais, mas que o governo está usando cada vez mais artifícios para combater igrejas caseiras ou pequenos grupos de religiosos.

Um site do governo chinês afirma que vivem no país 4 milhões de católicos e 10 milhões de protestantes, mas se acredita que os números sejam muito maiores.

A China rejeita que o Vaticano nomeie bispos no país e não permite que católicos reconheçam a autoridade do Papa. Os católicos chineses são obrigados a participar da Igreja oficial, chamada Associação dos Católicos Patriotas.

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