O jornalista chinês Zhao Yan, colaborador do jornal americano "The New York Times", detido em 2004 por revelar segredos de Estado, foi condenado a três anos de prisão por fraude em um tribunal de Pequim.
Zhao Yan antecipou em 2004 a aposentadoria do líder chinês Jiang Zemin. Ele passou 22 meses na prisão, à espera de julgamento, que finalmente aconteceu, a portas fechadas, em junho.
O editor executivo do "New York Times", Bill Keller, afirmou numa nota: "Se o veredicto for o que parece ser, nós o consideramos uma represália. Sempre afirmamos que, até onde sabemos, a única coisa que Zhao Yan cometeu foi jornalismo."
O tribunal pronunciou a sentença quase um mês depois do prazo legal, mas não condenou o jornalista por revelar segredos de Estado, já que "não há provas suficientes que respaldem a acusação", segundo a Xinhua, agência oficial de notícias do governo chinês.
Zhao também foi acusado de tirar dinheiro de um povoado no nordeste da China com a falsa promessa de ajudar os moradores a fugir dos trabalhos de reeducação. O advogado do jornalista, Mo Shaoping, disse que vai recorrer da acusação de fraude.
O repórter só sairá da prisão em setembro de 2007. Além disso, terá que pagar US$ 250 de multa e devolver US$ 2.500 "obtidos por meios fraudulentos", afirmou a sentença, sem dar detalhes.
A China parece ter lançado uma caçada aos defensores de direitos, uma rede em expansção formada por advogados, acadêmicos e dissidentes que busca ampliar as liberdades através de disputas judiciais e campanhas reformistas pela internet.
Outro tribunal condenou a quatro anos por danos à propriedade pública um advogado cego que denunciou esterilizações e abortos forçados na província de Shangdong, no Leste da China.
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