O Ministério das Relações Exteriores da China confirmou nesta terça-feira (30) que representantes do grupo terrorista Hamas e do movimento Fatah reuniram-se recentemente em Pequim “para manter um diálogo profundo e sincero” sobre a reconciliação palestina.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, disse em uma coletiva de imprensa que “ambos os lados expressaram plenamente sua vontade política de alcançar a reconciliação através do diálogo e de consultas e exploraram uma série de questões específicas”.
Lin destacou que as negociações resultaram em “progressos positivos” e em um acordo para “continuar o processo de diálogo com o objetivo de concretizar a unidade do povo palestino o mais rápido possível”.
“Ambos os lados viram com bons olhos o firme apoio da China à causa justa do povo palestino para restaurar seus legítimos direitos nacionais”, declarou o porta-voz, acrescentando que os representantes agradeceram à China por “seus esforços para promover a unidade palestina”.
Meios de comunicação árabes noticiaram no último final de semana a chegada das delegações e ressaltaram que foi a China quem enviou o convite ao Fatah e ao Hamas para sediar a reunião entre os dois grupos, uma vez que Pequim demonstrou interesse em mediar a guerra na Faixa de Gaza e apoia a criação de um Estado palestino independente.
Esta reunião segue-se à que ambas as facções realizaram no início de março em Moscou, onde concordaram em continuar seu diálogo para alcançar a “unidade nacional” com a participação de todas as forças no âmbito da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), de acordo com uma resolução divulgada então.
Também acontece depois de o presidente palestino, Mahmoud Abbas, ter mudado o governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), como parte dos seus esforços para reformá-la, com um Executivo tecnocrata que possa assumir o controle da Faixa de Gaza assim que a guerra terminar.
Esta reforma estrutural é uma das principais reivindicações dos Estados Unidos para que a ANP possa governar na Faixa, embora isso não esteja nos planos do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Esta não é a primeira vez que a China atua como mediadora em um conflito na região, uma vez que, no ano passado, atuou como intermediária para que Irã e Arábia Saudita chegassem a um acordo para restabelecer suas relações diplomáticas.
Hamas e Fatah estão rompidos desde 2007, quando, após a vitória do grupo terrorista nas eleições na Faixa de Gaza no ano anterior, seus integrantes expulsaram o movimento político do enclave palestino. O Fatah hoje administra as regiões palestinas da Cisjordânia.
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