China e Coreia do Sul mantêm um interesse comum em garantir que o Japão seja responsabilizado por crimes passados de guerra, disse o presidente chinês, Xi Jinping, nesta sexta-feira, em meio a preocupações compartilhadas sobre a estratégia mais assertiva de segurança anunciada por Tóquio.

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A nova política defensiva japonesa, adotada em uma resolução de gabinete nesta semana, irritou a China, cujas relações com o Japão estão abaladas por conta de uma disputa marítima, falta de confiança mútua e o legado da agressão militar japonesa no passado.

Os comentários de Xi, feitos no segundo dia de uma visita a Seul, foram considerados pelo Japão como um empecilho para a paz e a cooperação na região.

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O Japão adotou na terça-feira uma medida histórica, distanciando-se de seu pacifismo pós-guerra ao encerrar uma proibição que manteve seus militares longe de qualquer combate internacional desde 1945. Esse passo foi considerado uma vitória para o primeiro-ministro Shinzo Abe, mas irritou os chineses.

A medida, a mais dramática mudança de política do Japão desde que o país estabeleceu suas forças armadas do pós-guerra, há 60 anos, vai aumentar as opções militares de Tóquio ao encerrar a proibição ao exercício da "autodefesa coletiva", ou o auxílio a um país amigo sob ataque.

"China e Coreia do Sul têm experiência semelhante na história e compartilham interesses sobre a questão da história relacionada ao Japão", disse Xi, acrescentando que os esforços dos dois países foram eficazes em buscar um pedido sincero de desculpas do Japão.

Xi fez seus comentários durante conversas com o presidente do parlamento da Coreia do Sul, à medida que os laços dos dois países com o Japão são testados pelo que consideram como um fracasso de Tóquio em se retratar pela ocupação japonesa nos dois países antes do fim da Segunda Guerra Mundial.

"Na China, há um ditado: ‘A experiência passada, se não esquecida, é um guia para o futuro’", disse Xi.

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Xi e o presidente sul-coreano, Park Geun-hye, compartilham preocupações sobre a decisão do Japão de suspender a proibição sobre a autodefesa coletiva, disse o gabinete de Park.

"Eles compartilham a visão de que o governo japonês deve abandonar políticas que não têm apoio suficiente de seu público e, de maneira transparente, buscar uma política de defesa e segurança que seja mais compatível com a sua Constituição pacifista."

Alguns eleitores no Japão têm receios sobre o envolvimento em guerras internacionais. Outros estão irritados com o que entendem como uma afronta ao Artigo 9 da Constituição sem os procedimentos formais de emenda. A Carta nunca foi revisada desde que adotada após a derrota do Japão em 1945.