Mais importante aliado da Coreia do Norte, cujo regime comunista é um dos mais isolados do planeta, a China manifestou ontem seu apoio a uma transição pacífica no país depois da morte do ditador Kim Jong-il, aos 69 anos, de infarto, no último fim de semana.
Em um gesto raro, o presidente chinês, Hu Jintao, visitou a embaixada norte-coreana em Pequim para expressar condolências pela morte.
O governo chinês não divulgou detalhes da visita de Hu, vista como sinal de reforço dos laços entre os regimes a Coreia do Norte está sob sanções internacionais devido aos testes nucleares que vem fazendo desde 2006.
"Farol de esperança"
Em Pyongyang, a capital norte-coreana, o corpo de Jong-il foi colocado num caixão de vidro rodeado por flores vermelhas e levado ao Palácio Kumsusan, onde o cadáver embalsamado de seu pai, Kim Il-sung, ditador por 46 anos, está em exposição desde sua morte, em 1994.
O sucessor escolhido, Jong-un, foi um dos primeiros a visitar o corpo do pai, em mais uma indicação de que a intenção do regime é fazer uma "transição hereditária" sem sobressaltos.
Ao mesmo tempo, a mídia do país, estatal, já começou a alimentar o culto à personalidade do jovem e desconhecido líder, chamado ontem de "farol de esperança".
Em uma das ruas da capital, pessoas depositavam guirlandas e flores diante de um retrato de Jong-il. Grupos eram autorizados, alternadamente, a chorar diante do retrato por alguns minutos. O enterro será no dia 28.