A China defendeu nesta quinta-feira que a aquisição de porta-aviões será vital para a sua segurança marítima, mas seus vizinhos temem que isso sirva para intimidá-los em disputas territoriais.

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Pequim confirmou na quarta-feira que está reformando um antigo navio soviético para transformá-lo em porta-aviões, e a Reuters apurou com fontes que os chineses estão construindo outras duas embarcações desse tipo por conta própria.

Mas o Diário do Exército de Libertação enfatizou nesta quinta-feira que a motivação para isso é uma mistura de orgulho patriótico e preocupação com a segurança.

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As humilhações impostas à China por potências ocidentais ao longo dos séculos "causaram profunda dor no povo chinês por terem mares que ele não podia defender, comendo desprotegidamente o fruto amargo de ser agredido por ser atrasado", disse um editorial de capa do jornal militar.

A atual modernização naval chinesa, no entanto, pode acelerar uma expansão militar em toda a Ásia. No ano passado, a China teve pequenos incidentes marítimos - mas todos com grande repercussão diplomática - envolvendo Japão, Vietnã e Filipinas.

"A questão da transparência relacionada à política de defesa da China e sua expansão militar propriamente dita são preocupações não só do Japão, mas para a região e a comunidade internacional", disse na quinta-feira o chefe de gabinete do governo japonês, Yukio Edano.

No Orçamento apresentado nesta semana ao Congresso, o governo das Filipinas propôs elevar em 60 por cento os seus gastos militares, alcançando 190 milhões de dólares.

Já o Japão anunciou no ano passado a intenção de aumentar de 16 para 22 unidades a sua frota de submarinos.

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A Coreia do Sul também tem disputas territoriais com a China, que é o principal apoiador da Coreia do Norte.

Taiwan, ilha autônoma que Pequim qualifica como "província rebelde", sem ter nunca descartado o uso da força para recuperá-la, também está observando atentamente a expansão militar chinesa. Na semana passada, o governo taiwanês fez um novo alerta a respeito disso.

A China nega repetidamente que sua modernização sirva para intimidar seus vizinhos, e lembra que seus gastos militares são bem inferiores aos dos Estados Unidos.