A China reagiu na sexta-feira às críticas norte-americanas sobre casos de censura à Internet e invasões de hackers, alertando que a relação entre as duas potências está sendo afetada por uma disputa que tem como pivô o Google.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, desafiou na quinta-feira a China e outros governos autoritários a acabarem com a censura na Internet, uma questão que saltou para o centro das relações sino-americanas depois que o Google ameaçou deixar a China por sofrer restrições e ataques digitais no país.
A chancelaria chinesa disse que as críticas dos EUA podem afetar as relações entre os dois países, já abaladas por discordâncias a respeito de desequilíbrios comerciais, câmbio e venda de armas dos EUA a Taiwan.
"Os EUA criticaram as políticas chinesas para administrar a Internet e insinuaram que a China restringe a liberdade na Internet", disse o porta-voz Ma Zhaoxu. "Isso vai contra os fatos e é nocivo às relações China-EUA."
"Pedimos aos EUA que respeitem os fatos e deixem de usar a chamada liberdade da Internet para fazer acusações infundadas contra a China", disse Ma em nota divulgada pelo site da chancelaria (www.mfa.gov.cn).
Mas o governo também sinalizou que não deseja que a disputa prejudique a cooperação com o governo Obama, que tem buscado o apoio de Pequim em questões de política econômica e em impasses diplomáticos, como os que envolvem Irã e Coreia do Norte.
Ma disse que as duas partes devem "lidar apropriadamente com as fissuras e questões delicadas, protegendo o desenvolvimento saudável e estável das relações China-EUA."
Na quinta-feira, o vice-chanceler He Yafei minimizou a disputa com o Google e indicou que seu governo está mais preocupado com questões político-econômicas mais amplas, que podem se inflamar nos próximos meses.
Hillary criticou no seu discurso as políticas cibernéticas da China e do Irã, entre outros, e exigiu que Pequim investigue as queixas do Google contra hackers.
Facebook, Twitter e YouTube são bloqueados na China, que usa um poderoso firewall para impedir usuários de verem sites estrangeiros que tenham conteúdo que desagrada ao Partido Comunista.
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