O satélite sino-brasileiro CBERS-4 foi lançado neste domingo da base espacial chinesa de Taiyuan, no norte do país asiático, como parte do programa de cooperação entre ambos os países e um ano depois que o projeto do CBERS-3 fracassou, após ter caído na Terra ao não conseguir a órbita prevista.
Segundo confirmou o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), responsável pelo projeto, o foguete propulsor lançou o satélite ao espaço às 11h26 (horário local, 1h26 de Brasília).
Participaram do lançamento em Taiyuan, a cerca de 700 quilômetros de Pequim, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz; o diretor do Inpe, Leonel Perondi, e o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, segundo um comunicado da instituição.
O CBERS-4 entrou em órbita 12,5 minutos após seu lançamento, segundo o organismo, acrescentando que o satélite oferecerá informação privilegiada sobre o desmatamento da Amazônia, principal objetivo do CBERS-3 que caiu por causa de uma falha de funcionamento do veículo lançador durante o voo.
Este novo aparelho é, como o anterior, também projetado para fotografar, rastrear e registrar atividades agrícolas, desmatamento das florestas, mudanças na vegetação, recursos hídricos e expansão urbana com uma resolução muito superior à dos satélites anteriores, dando uma volta completa à Terra a cada 100 minutos.
O lançamento do satélite é o de número 200 da China (188 com sucesso), segundo a agência oficial "Xinhua", que também informa sobre o lançamento.
Sob o marco do CBERS (siglas da China-Brazil Earth Resources Satellite), um projeto de cooperação especial com duas décadas de história, Brasil e China desenvolveram e lançaram anteriormente os satélites CBERS-1 (aposetando em 2003), CBERS-2 e CBERS-2B (aposentado em 2010), e CBERS-3 em 2013.
Os dois países já planejam a fase seguinte, o CBERS-4B, que será posto em órbita em 2016.
A cooperação com o Brasil em ciência inscreve-se no interesse da China por impulsionar seu programa espacial e demonstrar que pode competir com potências tecnológicas tradicionais após décadas de subdesenvolvimento e isolamento internacional.
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