Encontro entre o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar (E), e o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi (D), foi mediado pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov (C)| Foto: Divulgação/Ministério das relações Exteriores da Rússia/AFP
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Os ministros das Relações Exteriores da Índia e da China assinaram um acordo nesta quinta-feira (10) se comprometendo a diminuir as tensões na fronteira entre os dois países, que resultaram na morte de pelo menos 20 soldados indianos na parte ocidental do Himalaia em junho deste ano.

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S. Jaishankar e Wang Yi se encontraram pessoalmente em Moscou para tentar colocar um fim na escalada de confrontações entre militares indianos e chineses, depois que várias reuniões em nível diplomático e militar falharam. Segundo um comunicado conjunto divulgado na noite de quinta-feira, o acordo estabelece cinco pontos de entendimento:

  1. Não permitir que as diferenças se tornem disputas;
  2. As tropas de fronteira de ambos os lados devem continuar seu diálogo, recuar rapidamente [na fronteira], manter a distância adequada e aliviar as tensões;
  3. Ambas as partes respeitarão todos os acordos e protocolos existentes sobre assuntos de fronteira entre a China e a Índia, manterão a paz e a tranquilidade nas áreas de fronteira e evitarão qualquer ação que possa agravar a situação;
  4. Manter o diálogo e a comunicação por meio do mecanismo do Representante Especial sobre a questão da fronteira entre Índia e China; e
  5. À medida que a situação melhorar, os dois lados devem acelerar o trabalho para concluir novas Medidas de Fortalecimento da Confiança para manter e aumentar a paz e a tranquilidade nas áreas de fronteira.
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A acordo é um indicativo de que há vontade política para resolver o impasse sobre a disputa territorial pacificamente. Porém, analistas suspeitam que esse esforço não se reflita em campo porque a confiança entre os países está bastante desgastada. Para citar o mais recente exemplo, há menos de uma semana tiros foram disparados em um dos pontos da Linha de Controle Real (LAC, na sigla em inglês), que demarca a fronteira entre os dois países, apesar de um acordo bilateral firmado em 1996 determinar o não uso de armas de fogo. Índia e China trocaram acusações sobre quem efetuou os disparos.

Em um editorial publicado nesta sexta, o jornal estatal chinês Global Times considera que a Índia precisa demonstrar sinceridade para implementar o acordo recém-firmado e que os chineses precisam "estar preparados para derrotar completamente as ilusões da Índia por meio de ações militares" se os esforços diplomáticos falharem.