Pequim A China e o Japão expressaram ontem sua "profunda preocupação" com a ameaça da Coréia do Norte de realizar um teste nuclear, em um comunicado conjunto difundido após a histórica reunião entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o premier chinês, Wen Jiabao, em Pequim.
"As duas partes expressam sua profunda preocupação com a situação recente na península coreana, incluída a questão dos testes nucleares", diz o comunicado. A China é o principal aliado da Coréia do Norte, que ameaçou na semana passada realizar um teste nuclear em data não especificada.
"As duas partes confirmaram que trabalharão juntas para reforçar o processo das negociações multilaterais a fim de obter uma península coreana desnuclearizada, assim como a paz e a estabilidade no nordeste da Ásia", afirmou o texto lido para a imprensa pela delegação japonesa.
Antes de partir ontem para Pequim, Abe afirmou ser preciso impedir que os norte-coreanos realizem um teste nuclear. "Se a Coréia do Norte não interromper seus preparativos de teste nuclear, ficará cada vez mais isolada diante da comunidade internacional e a situação vai se deteriorar", advertiu.
Mas a linha dura do Japão é diferente daquela adotada pela China, que se opõe à imposição de sanções contra Pyongyang.
Encontro
No Palácio do Povo da Praça da Paz Celestial (Tiananmen), o chefe do governo chinês, Wen Jiabao, recebeu Abe em uma cerimônia oficial com honras militares, marcada por 21 tiros de canhão.
Trata-se da primeira cúpula bilateral realizada em cinco anos na capital chinesa. A visita de Abe, de menos de 24 horas, é também sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o cargo em 26 de setembro.