O ministro das Relações Exteriores da China, Li Zhaoxing, manifestou nesta sexta-feira esperança de que a reaproximação com Tóquio continue em curso, mas também mencionou que o passado de guerra afeta o relacionamento.

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Li chegou a Tóquio na quinta-feira para preparar visita do premiê Wen Jiabao, em abril, que será a primeira viagem de um primeiro-ministro chinês desde 2000.

A visita de Wen, que falará ao Parlamento, simbolizará um processo que começou quando o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, participou de um encontro em Pequim para quebrar o gelo entre os países, no mês de outubro.

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Em declarações a um encontro de grupos de amizade entre Japão e China, Li lembrou que este ano é o 70o aniversário do incidente da Ponte Marco Polo - que disparou a guerra sino-japonesa - bem como o 35o aniversário da normalização dos laços diplomáticos.

``Encaramos uma grande oportunidade de desenvolver ainda mais nossas relações amistosas'', disse Li a membros de sete grupos.

O ex-ministro do Exterior do Japão, Masahiko Komura, também manifestou sentimento positivo. ``Precisamos promover ainda mais a tendência positiva'', afirmou. ``Não podemos deixar que a tendência mude de direção.''

Os dois gigantes asiáticos parecem dispostos a manter as relações, mesmo depois do congelamento causado pelo antecessor de Abe, Junichiro Koizumi, que fez visitas anuais ao Templo Yasukuni, em Tóquio, visto por Pequim como símbolo do passado militarista do Japão.

Abe, que já foi conhecido pela posição dura em relação à China, vem trabalhando para melhorar as relações desde que assumiu o poder, em setembro, em parte deixando de dizer se visitará o templo como primeiro-ministro.

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Antes de assumir o cargo, Abe visitou o local, que faz homenagem a líderes japoneses da Segunda Guerra Mundial condenados por crimes de guerra por um tribunal aliado depois da derrota do Japão.

A história deverá prejudicar os laços, principalmente em um ano que marca os aniversários de eventos de guerra, incluindo o confronto de 7 de julho de 1937 na Ponte Marco Polo, perto de Pequim, que tornou-se um dos gatilhos da guerra aberta entre China e Japão.

Este ano também marca o 70o aniversário do massacre de civis e prisioneiros de guerra chineses por soldados japoneses em 1937 em Nanjing. A China afirma que o número de mortos chegou a 300.000.

Um tribunal aliado depois da Segunda Guerra Mundial estima em 142.000 o número de mortos. Alguns conservadores japoneses negam a existência do massacre.

Fora a parte histórica, também há fontes de fricção do presente ao lado das palavras sobre amizade e interesses estratégicos mútuos.

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Komura tocou em uma delas, a disputa sobre fronteiras marítimas que surgiu neste mês, depois que o Japão avistou um navio de pesquisa chinês em águas disputadas no Mar do Leste da China.

Os dois países, que precisam muito de energia, estão de olho em campos de petróleo e gás na região.

``Precisamos entrar no mar de paz, cooperação e amizade'', disse Komura. ``Pode ser difícil trabalhar este tema agora, mas gostaríamos de abrir o caminho.''

Li deverá reunir-se com Abe e com o ministro do Exterior Taro Aso nesta sexta-feira, e partir no dia seguinte.

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