A China qualificou na quinta-feira como "um bom passo" a promessa dos Estados Unidos de ajudar a angariar 100 bilhões de dólares por ano para um fundo climático global, e sinalizou que Pequim aceitaria fazer concessões a Washington quanto à exigência de uma maior transparência nas reduções chinesas de emissões de gases-estufa.

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Mas o vice-chanceler chinês He Yafei, falando em nome do premiê Wen Jiabao, alertou que as negociações climáticas da ONU em Copenhague ainda podem naufragar se os 193 países participantes não se unirem.

O objetivo oficial da reunião, que termina na sexta-feira após quase duas semanas, é definir um novo tratado climático global para vigorar a partir de 2013. Na prática, no entanto, divergências entre países ricos e pobres tornam o processo dolorosamente longo, e o encontro deve resultar apenas em um tratado político, sem valor jurídico.

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A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, tentou superar o impasse na quinta-feira ao prometer ajuda para mobilizar 100 bilhões de dólares por ano até 2020, uma verba que serviria para ajudar países pobres a se adaptarem às mudanças climáticas e reduzirem suas emissões de gases-estufa.

He, que já havia dito que a questão financeira era a maior preocupação da China nas negociações, elogiou a oferta. "Quaisquer iniciativas que esses países (ricos) anunciarem é um bom passo", disse ele à Reuters.

Ele também sugeriu que a China estaria discutindo um acordo sobre o controle das reduções de emissões do país, as maiores do mundo, de modo a atender às preocupações dos EUA. Outra fonte havia dito antes que os dois países vinham mantendo encontros bilaterais regulares e produtivos sobre o tema.

"Em termos de ações de mitigação (restrições às emissões), também podemos considerar o intercâmbio internacional, o diálogo e a cooperação que não sejam intrusivos nem infrinjam nossa soberania", disse He.

Ao fazer a oferta financeira, Hillary alertou que a China deveria em contrapartida aceitar regras de monitoramento e verificação das suas promessas de redução de emissões dos gases-estufa.

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Autoridades dos EUA comparam essas exigências às regras de fiscalização que balizaram tratados nucleares e comerciais nos últimos anos.

A China vinha dizendo que só aceitaria uma fiscalização das emissões que fosse paga por fundos internacionais. Mas He na quinta-feira usou termos mais brandos e sugeriu um maior uso de um esquema da ONU para evitar os receios quanto à questão da soberania.

"Estamos dispostos a ampliar e melhorar os meios pelos quais fazemos as comunicações nacionais, cujo propósito naturalmente é reforçar a transparência", disse ele, referindo-se ao sistema em vigor pelo qual países signatários do Protocolo de Kyoto apresentam relatórios periódicos sobre suas emissões à ONU.

He disse também que as metas chinesas de redução das emissões serão estabelecidas por lei doméstica, e que o país pretende melhorar o seu próprio sistema de verificação do processo.

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