O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, recebeu nesta quarta-feira (5) na Califórnia a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, ao que a China respondeu com críticas e exercícios militares com navios e aviões.
McCarthy aproveitou o encontro rodeado de polêmicas para celebrar a amizade entre Washington e Taipei.
“A amizade entre os Estados Unidos e o povo de Taiwan nunca foi tão forte. É uma honra receber a presidente Tsai Ing-wen na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan”, escreveu McCarthy em sua conta no Twitter, junto com uma foto de ambos.
A reunião é encarada pelo governo da China como uma ameaça à sua soberania, razão pela qual, dias antes do encontro, declarou sua “firme oposição” e alertou que tomaria “medidas firmes” caso finalmente acontecesse.
Tsai se encontrou com McCarthy após uma viagem pela América Central, onde visitou Belize e Guatemala, dois dos 13 países que ainda mantêm relações diplomáticas com Taipei.
A presidente taiwanesa também se reuniria com um grupo bipartidário de legisladores americanos na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, localizada em Simi Valley, Califórnia.
Embora o encontro tenha sido considerado uma demonstração de apoio dos EUA ao governo de Taiwan, John Kirby, um dos porta-vozes da Casa Branca, assegurou nesta quarta-feira que tratou-se de um ato diplomático normal.
“Não há razão para reagirem agressivamente por isso. [A presidente taiwanesa] não se encontrou com nenhum funcionário do governo. Nada mudou em nossas políticas em relação a Taiwan. E, novamente, não há razão para reagirem de forma exagerada”, comentou.
Nesta quarta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que “repetir um erro não o torna legítimo”, numa referência à visita da ex-presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan em agosto do ano passado.
“A questão não é sobre a reação exagerada da China, mas sobre a conivência flagrante dos Estados Unidos e seu apoio aos separatistas que defendem a independência de Taiwan”, declarou.
Segundo informações da NBC News, a Administração de Segurança Marítima da província chinesa de Fujian, que fica a cerca de 160 quilômetros de Taiwan, informou que iniciou uma operação conjunta de patrulha no Estreito de Taiwan, e o governo da ilha detectou 14 aviões militares e três navios militares chineses no seu entorno.
A ilha é uma das maiores fontes de conflito entre China e Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria seu maior aliado militar no caso de uma guerra com a China.
A China reivindica soberania sobre Taiwan, a qual considera uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá em 1949, depois de perder a guerra civil para os comunistas.
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