O secretário do Partido Comunista chinês para a capital do Tibete, Qi Zhala, ordenou o aumento da segurança em monastérios budistas e em estradas importantes da região. A medida é uma tentativa de evitar que os protestos que acontecem em comunidades tibetanas próximas se espalhem.

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Durante uma inspeção de segurança em Lhasa, a capital tibetana, Zhala alertou autoridades e clérigos de monastérios que eles serão expulsos caso algum problema aconteça e mandaram que a polícia fique atenta a possíveis sabotagens em postos na estrada.

As autoridades "devem reconhecer profundamente a significante importância de preservar a estabilidade em templos e monastérios", teria dito Zhala , de acordo com o jornal estatal "Tibet Daily". "Esforcem-se para cumprir o objetivo de não ter incidentes grandes, nem incidentes médios e nem mesmo pequenos incidentes".

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Durante sua inspeção, o secretário foi a dois dos principais monastérios nos arredores de Lhasa e à principal rodovia que liga a cidade à Sichuan. Ele conversou com comitês de direção dos monastérios, formados por funcionários e clérigos que Pequim estabeleceu em instituições religiosas para afastá-las de seguidores do Dalai Lama, o líder tibetano que está em exílio na Índia.

"Aqueles que não cumprirem seu papel com responsabilidade, se houver algum problema, serão imediatamente demitidos sem exceção e serão estritamente responsabilizados", disse Zhala de acordo com a mídia estatal.

A postura ressalta a apreensão da China enquanto o país tenta abafar a mais séria onda de protestos antigoverno entre tibetanos em quase quatro anos. Regiões próximas à província de Sichuan foram palco de grandes manifestações na última semana.

Grupos estrangeiros que apoiam a causa do Tibete afirmam que a polícia atirou contra manifestantes em três diferentes locais, matando pelo menos cinco tibetanos e ferindo dezenas. O governo chinês disse que violentas "turbas" atacaram civis e policiais, que usaram a força para restaurar o controle. As autoridades afirmaram ainda que vários policiais ficaram feridos nos confrontos.

A violência ressaltou o fracasso do governo em conter tibetanos e outras minorias étnicas através de políticas para o crescimento econômico e o aumento de renda ao mesmo tempo em que aumenta a presença da polícia e controla atos religiosos para impedir manifestações de separatismo. Na segunda-feira, a mídia estatal anunciou que oito mil policiais adicionais estão sendo recrutados em Xinjiang, uma região tradicionalmente muçulmana no norte do Tibete, que tem sua própria rebelião separatista.

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Antes dos últimos protestos, as forças de segurança da China já se preparavam para o período anual de tensão em áreas tibetanas: as semanas que antecedem o Ano Novo tibetano, que esse ano acontece no final de fevereiro, e a sequência de aniversários em março que comemoram outras rebeliões antigoverno chinês.

Um dos objetivos do governo é tentar evitar que os protestos de Sichuan se espalhem para outras áreas, especialmente Lhasa, que abriga grandes monastérios que estiveram na vanguarda de outras manifestações. Em 2008, os confrontos na capital deixaram pelo menos 22 mortos.