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Punição

China executa nove presos por distúrbios

O dalai-lama durante visita à Índia: Pequim condena viagem do líder a região próxima da fronteira com o Tibete | Diptendu Dutta/AFP
O dalai-lama durante visita à Índia: Pequim condena viagem do líder a região próxima da fronteira com o Tibete (Foto: Diptendu Dutta/AFP)

Pequim - A China executou nove pessoas condenadas a morte após os distúrbios étnicos de julho passado em Xinjiang, Província chinesa de maioria muçulmana, informaram as autoridades regionais. Ao menos 197 pessoas morreram nos confrontos e na ação violenta da polícia para reprimir protestos.

"Nove pessoas que foram re­­centemente sentenciadas a pena e morte foram executadas sucessivamente, com a aprovação da Suprema Corte’’, declarou o porta-voz do governo de Xinjiang, Hou Hanmin. Ele não divulgou a data das execuções.

Os protestos começaram em 5 de julho, poucos dias depois do linchamento, em 26 de junho, em uma fábrica em Shaoguan (Província de Cantão), onde morreram dois trabalhadores uigures e centenas ficaram feridos.

Segundo a imprensa chinesa informou então, o linchamento aconteceu depois que um ex-em­­pregado chinês, insatisfeito com a chegada dos uigures, espalhou um boato de que tinham abusado sexualmente de uma jovem.

A impunidade dos protagonistas do linchamento, operários da fábrica, provocou a ira dos uigures em Urumqi (capital de Xin­­jiang), que protagonizaram um protesto que gerou um conflito ét­­nico com a maioria chinesa han.

No mês seguinte, uma série de ataques com seringas contra hans ampliou a tensão na Província, que continua sob forte vigilância das forças de segurança chinesas.

Os uigures – uma etnia de ori­­gem turca, predominantemen­­te muçulmana – eram mais de 80% dos moradores da Província de Xinjiang (que hoje tem 20 mi­­lhões de habitantes), mas nas últimas décadas o governo de Pequim empreendeu uma política de imigrações de chineses han para a região.

As minorias se queixam que membros da etnia han colhem a maioria dos benefícios dos investimentos e dos subsídios oficiais, enquanto fazem com que os mo­­radores locais sintam-se como estrangeiros.

Pequim luta para não perder o controle da região de Xinjiang, um território de vasto deserto e com abundantes reservas de pe­­tróleo e gás natural.

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