Apesar de ter anunciado recentemente medidas menos rígidas para chineses e estrangeiros que chegam do exterior, a China mantém sua política de Covid-zero e impôs nesta segunda-feira (21) um lockdown a um distrito de cerca de 3,7 milhões de habitantes.
A cidade de Guangzhou registrou 8.181 casos de Covid-19 no domingo (20) e enfrenta seu pior surto da doença em três anos, com mais de 80 mil infecções desde a última semana de outubro.
A cidade sulista é uma das maiores da China, com quase 19 milhões de habitantes, e impôs lockdown de cinco dias no distrito de Baiyun, o mais populoso de Guangzhou. Nesse período, as escolas ficarão fechadas, os serviços de transporte público estão suspensos e os residentes foram aconselhados a ficar em casa. Um dos aeroportos mais movimentados da China está localizado em Baiyun.
A Covid-zero, que determina o fechamento de bairros e cidades inteiros quando casos da doença são identificados, está colaborando para que a economia chinesa tenha este ano o segundo pior desempenho desde 1976.
No início de novembro, dois casos de mortes de pessoas em regiões sob lockdown geraram indignação nas redes sociais chinesas. Uma mulher de 55 anos que sofria de transtorno de ansiedade se jogou do 12º andar do prédio onde morava na Mongólia Interior.
Outra tragédia ocorreu na cidade de Lanzhou, no norte da China, onde um menino de três anos sofreu intoxicação por vazamento de gás em outro complexo residencial fechado pela Covid-zero.
O pai ligou quatro vezes para o serviço de emergência. Quando finalmente foi atendido, o funcionário disse que ele poderia receber apenas orientação médica online porque vivia numa área de alto risco para Covid-19.
O pai procurou funcionários de saúde na região, mas foi criticado por não usar máscara. Quando o menino finalmente foi levado a um hospital, cerca de duas horas depois dos telefonemas, a criança morreu logo após dar entrada na unidade.