A China inaugurou nesta quarta-feira (8) o Escritório para Salvaguardar a Segurança Nacional em Hong Kong, uma semana depois que o presidente chinês Xi Jinping sancionou a lei de segurança nacional para a cidade semi-autônoma. A agência, controlada por Pequim, será responsável por garantir a aplicação da nova legislação e já é vista por críticos como um órgão de repressão.
O chefe do escritório, Zheng Yanxiong, disse durante a inauguração que seus agentes não vão violar os direitos dos residentes de Hong Kong e que a nova lei foi criada para o "bem-estar" da população. "Cumpriremos nossas responsabilidades e exerceremos nosso poder de defender firmemente a segurança nacional, de acordo com a lei", disse Zheng, segundo o South China Morning Post.
A chefe executiva de Hong Kong, Carrie Lam, pró-Pequim, afirmou que a nova agência vai coletar e analisar informações de segurança nacional e "fornecer conselhos e sugestões sobre as principais estratégias e políticas relativas à defesa da segurança nacional".
Vários países ocidentais afirmaram que a lei de segurança nacional de Hong Kong, criada e aprovada pelo legislativo em Pequim, desrespeita a autonomia da cidade e coloca em risco a política "um país, dois sistemas", que até então garantia liberdades aos honcongueses que não são gozadas pelos cidadãos da China continental.
Por causa disso, os Estados Unidos está revendo os privilégios comerciais da ilha, enquanto empresas globais estão estudando o fim das operações em Hong Kong, temendo a influência do governo comunista da China. A TikTok, por exemplo, anunciou nesta semana que não vai mais operar em Hong Kong. Também em reação à nova lei de segurança, Google, Facebook, Microsoft, Twitter e Zoom disseram que vão parar o processamento de solicitações do governo de Hong Kong por dados de usuários enquanto avaliam o texto da legislação.
Os cidadãos de Hong Kong já começaram a perceber os efeitos desta nova fase da história da cidade. Nesta semana, livros de personalidades pró-democracia foram retirados de bibliotecas públicas e de escolas para revisão. Títulos que violem as determinações de Pequim serão banidos. O governo chinês também quer tornar a educação em Hong Kong "mais patriótica".
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