A China disse nesta quarta-feira (23) que está investigando relatos de que uma cápsula de gás cloro com o nome do maior fabricante de armas chinês aparece em gravações de vídeo que documentam um ataque com gás neste mês na Síria.
Ataques ocorridos em abril em várias áreas da Síria têm características comuns, que levaram analistas a acreditar que se trata de uma ofensiva coordenada com armas de gás cloro, e com crescentes indícios de que seu uso partiu das forças do governo.
Na localidade rebelde de Kfar Zeita, na província central de Hama, cerca de 200 quilômetros ao norte de Damasco, ativistas de oposição colocaram na Internet um vídeo que mostra pessoas sufocadas e recebendo máscaras de oxigênio, para relatarem em seguida que as bombas foram atiradas de helicóptero nos dias 11 e 12 de abril.
Outra imagem mostrou uma cápsula parcialmente detonada, com o símbolo químico do cloro e o nome da fábrica chinesa Norinco.
A Reuters não pôde verificar a autenticidade dos vídeos, e a Norinco, também conhecida como China North Industries Group Corporation, não respondeu a pedidos para comentar.
Qin Gang, porta-voz da chancelaria chinesa, disse a jornalistas que "após vermos esse relato, prestamos muita atenção e imediatamente buscamos entender (a situação) a partir dos departamentos relevantes. Vamos esclarecer essa questão de forma expedita".
Ele observou que a China é contra "a produção e uso de armas químicas". "Internamento, temos leis e regras relevantes e um sistema de supervisão", acrescentou.
Em nota enviada posteriormente à Reuters, o ministério disse que a China "cumpre escrupulosamente suas obrigações de não proliferação" e controla rigidamente as exportações de produtos que possam ter uso duplo (civil e militar), como é o caso de algumas substâncias químicas.
"O cloro é uma matéria-prima que tem amplos usos industriais, e não está na lista de itens controlados por qualquer nação ou organização", disse o texto. "A China espera que a imprensa relevante possa relatar isso de forma objetiva e justa, para evitar criar mal entendidos."
A Síria se comprometeu no ano passado a entregar ou destruir todo o seu arsenal de armas químicas até o final desta semana, mas ainda detém cerca de 14 por cento das substâncias químicas que o governo declarou à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).
Além disso, o suposto uso bélico do gás cloro, jamais incluído na lista submetida à Opaq, levou alguns países a cogitarem solicitar uma investigação, possivelmente por meio da ONU.
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