A China está pronta para lançar em março um fundo para ajudar a financiar projetos de energia limpa. Além disso, planeja criar uma bolsa de créditos de carbono em Pequim, segundo informou neste sábado a agência de notícias oficial Xinhua.
A receita do "Fundo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo" virá de transações financeiras com créditos de carbono, além de doações de organizações financeiras internacionais.
O fundo recebeu um empréstimo de US$ 6,4 milhões do Banco Mundial, e a Europa deve emprestar 500 milhões de euros, disse à Xinhua uma autoridade do ministério das Finanças chinês, Ju Kuilin.
A China e a ONU também articulam a criação de uma bolsa de troca de créditos de carbono em Pequim, "fazendo da cidade um importante centro para negociações bilionárias em créditos globais de carbono,'' afirmou a Xinhua, sem dar detalhes sobre a iniciativa.
O protocolo de Kyoto sobre o aquecimento global determina aos países ricos metas de redução de emissões de poluentes até 2012, mas permite que alcancem suas metas patrocinando a diminuição das emissões em países pobres. Comprar créditos de carbono é considerado uma alternativa mais barata que realizar reduções domésticas nas emissões.
A China tem sido o país dominante na venda de créditos de carbono, atraindo até agora investimentos externos para que reduza em 300 milhões de toneladas suas emissões até 2012 - o que vale mais de US$ 3,9 bilhões.
A Xinhua disse que o governo chinês aprovou até o fim de janeiro cerca de 300 projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, incluindo energia eólica, hidrelétrica e de gases produzidos a partir de matéria orgânica. De acordo com a agência, quando todos os projetos estiverem funcionando, o fundo vai movimentar cerca de US$ 2 bilhões.
O fundo será gerenciado por sete autoridades do governo, incluindo representantes da Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma.
A China representa hoje um terço do mercado global de créditos de carbono, atrás apenas da Índia. A ONU prevê que a China se tornará o maior fornecedor de créditos de carbono até 2012, atingindo 41% do mercado global, afirma a Xinhua.