A China tem 5.800 pessoas presas por razões políticas e religiosas, segundo estimativa da fundação americana Dui Hua, que possui um banco de dados dos detentos elaborado com base em informações oficiais do governo chinês. Desde sexta-feira, o mais célebre desses prisioneiros é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, condenado em 2009 a 11 anos de prisão por subversão.
Criada em 1999, a Dui Hua divulga anualmente um balanço do número de presos e condenados na China por exporem de maneira não violenta suas posições políticas ou crenças religiosas.
Os relatórios da entidade apontam a elevação da quantidade de prisões e do tamanho das penas a partir de 2008, quando o governo chinês aumentou a repressão aos dissidentes, ampliou a censura e apertou os mecanismos de controle da sociedade na preparação para a Olimpíada de Pequim. Os Jogos acabaram, mas o aparato repressivo permaneceu.
As estatísticas da Dui Hua mostram que, em 2008 e 2009, mais pessoas foram presas e condenadas na China por razões políticas e religiosas do que nos cinco anos anteriores juntos. O grupo também estima que a extensão das penas aumentou em cerca de 20%. Na avaliação de entidades de defesa dos direitos humanos, a condenação de Liu Xiaobo a 11 anos de prisão faz parte desse processo de endurecimento da repressão contra os dissidentes.
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