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A decisão do Google de fechar seu site na China e deixar de censurar os resultados de suas buscas não aumentou o acesso dos internautas chineses a informações proibidas pelas autoridades de Pequim. O Google deixou de praticar a censura, mas o governo chinês, não.

A diferença é que antes o site tinha a obrigação de incorporar a seu sistema de buscas os filtros impostos pelas autoridades locais - ou seja, a censura era "terceirizada" para a empresa. Agora, o bloqueio é realizado pelo mecanismo oficial que impossibilita a abertura dos milhares de sites que trazem informações "sensíveis", como a independência do Tibete ou a defesa do pluripartidarismo.

A prática da censura foi uma das condições aceitas pela companhia norte-americana para entrar na China, em 2006, e criar o google.cn, específico para os chineses. Ontem, esse site deixou de existir e seus usuários passaram a ser redirecionados para o google.com.hk, com sede em Hong Kong.

Apesar da nova roupagem, as restrições de acesso às informações continuaram a ser as mesmas, em razão da "grande muralha de fogo" erguida em torno da internet. A pesquisa com o nome da seita "falun gong", banida pelo governo chinês nos anos 90, trazia como resposta uma página em branco e a mensagem "O Internet Explorer não pode exibir a página da Web".

O tema é sensível, mas há períodos em que pelo menos os resultados da busca aparecem - só que os links exibidos não podem ser abertos. No google.cn, a mensagem que era exibida como resultado de buscas bloqueadas era "de acordo com leis, regulamentos e políticas locais, parte da pesquisa não pode ser mostrada".

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