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Direitos humanos

China mata presos políticos e usa seus órgãos para transplantes, diz tribunal

(Foto: Pixabay)

Um tribunal independente localizado em Londres concluiu que a China continua a matar presos políticos para usar os seus órgãos em transplantes.

O China Tribunal foi formado para investigar a coleta forçada de órgãos de presos, incluindo muçulmanos uigures e praticantes do Falun Gong, uma prática espiritual chinesa. As evidências vieram de médicos, investigadores de direitos humanos e outros.

No dia 17, o tribunal publicou o seu julgamento final. De forma unânime, os membros do júri concluíram que a prática de coletar órgãos de prisioneiros políticos na China tem acontecido por um período de tempo substancial e com um número considerável de vítimas.

“A conclusão mostra que muitas pessoas morreram de formas indescritivelmente hediondas e sem razão, que muitos mais podem sofrer de forma semelhante e que todos nós vivemos em um planeta onde a extrema maldade pode ser encontrada no poder daqueles que, por enquanto, administram um país com uma das civilizações mais antigas conhecidas pelo homem moderno”, disse Sir Geoffrey Nice QC, que presidiu o tribunal, e também foi promotor no tribunal internacional que julgou os crimes cometidos na antiga Iugoslávia.

Em 2014, a China prometeu parar de remover órgãos de prisioneiros para transplante, mas isso não aconteceu, segundo o tribunal.

"A coleta forçada de órgãos tem sido cometida durante anos em toda a China em uma escala significativa e os praticantes do Falun Gong têm sido uma - e provavelmente a principal - fonte de suprimento de órgãos. A perseguição combinada e os exames médicos dos uigures são mais recentes e pode ser que evidências de remoção forçada de órgãos desse grupo possam emergir no tempo devido. O Tribunal não tem evidências de que a infraestrutura associada à indústria de transplante da China tenha sido desmantelada e, sem uma explicação satisfatória para a fonte de órgãos prontamente disponíveis, conclui que a remoção forçada de órgãos continua até hoje."

As principais evidências reunidas pelo tribunal são estimativas de um alto número de transplantes, muito maior do que as estatísticas oficiais, do curto tempo de espera por um transplante e testemunhos de ex-detentos. Há relatos de remoção de órgãos de pessoas vivas, que foram mortas no procedimento.

O tempo de espera por um órgão para transplante é bastante baixo na China, o tribunal apontou, normalmente de apenas algumas semanas. O tribunal foi iniciado pela Coalizão Internacional para o Fim dos Abusos em Transplantes na China (Etac) e seus membros, que trabalharam de forma voluntária.

A China insiste que cumpre os padrões internacionais que exigem que as doações de órgãos sejam feitas com consentimento e se recusou a participar do tribunal, segundo o jornal The Guardian.

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